Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

Na manhã desta segunda-feira (4), moradores da orla do Laranjal foram surpreendidos por uma visita mais que inesperada. Ao clarear o dia, a presença de um jacaré com cerca de 1,5 metro de comprimento assustou a população que vive no local. O animal foi encontrado envolto às redes de uma das goleiras de uma área de esportes na praia, em um ponto próximo ao quiosque do Sesc. Logo em seguida, a Patrulha Ambiental da Brigada Militar de Pelotas (Patram) foi acionada para solucionar o problema.

De acordo com a Patram, se tratava de um jacaré da espécie papo-amarelo. A captura do animal foi efetuada da maneira mais eficiente e segura, por dois policiais da guarnição. Primeiro, foi posto um tecido sobre os olhos do réptil, para evitar uma eventual reação, e após isso, foram amarradas suas patas traseiras e dianteiras, para então ser resgatado e encaminhado ao Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre (Nurfs) e o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Capão do Leão.

Núcleo de Reabilitação

Segundo o biólogo Marco Antônio Coimbra, que trabalha no Nurfs, ao chegar no centro de reabilitação, o jacaré passou por um exame clínico e foi coletado seu material genético através do sangue. "Como o animal apresentava boas condições clínicas foi realizada a sua soltura", disse o biólogo.

O Nurfs - Cetas/UFPel atua na recepção, tratamento e reabilitação de animais silvestres feridos ou órfãos, seguido preferencialmente por sua reintrodução ao seu ambiente natural. Em casos de animais que não podem mais ser devolvidos ao seu habitat, acontece a adaptação deles a esquemas de reprodução em cativeiro, exibição para fins de educação ambiental ou pesquisa.

O que explica

Não é a primeira vez que este tipo de ocorrência acontece no Laranjal, sendo relativamente comum em ambientes assim. O biólogo explica que o jacaré vive em corpos d'água como arroios, rios, lagos, onde se encaixam o canal São Gonçalo, a Lagoa do Patos, a Lagoa Mangueira e/ou a Lagoa Mirim, como exemplos na região. "A espécie alimenta-se de crustáceos, anfíbios, peixes, aves, répteis e pequenos mamíferos", completou. Conforme o especialista, o animal só apresenta risco de atacar alguma pessoa caso se sinta ameaçado. Para isso, é importante evitar manusear o jacaré ou provocá-lo para que não ocorra algum acidente.

Outro animais

Em função do aumento da temperatura, animais como cobras, aranhas, e inclusive jacarés, tendem a circular mais pelo ambiente para realizar suas funções biológicas. Para o biólogo, este é um outro motivo pelo qual sua visualização ocorre mais frequentemente. "O que devemos fazer no primeiro momento é observar o animal, pois muitas vezes eles estão apenas se deslocando de um local para outro e se não interferirmos nada irá acontecer. Mas no caso de avistar em situação de risco, como o que ocorreu na manhã desta segunda, deve-se isolar o local e solicitar apoio a um órgão ambiental", esclareceu.

Além de jacarés, também pode-se encontrar no Laranjal outros animais como a capivara, ratão-do-banhado, lontra, graxaim-do-campo, graxaim-do-mato e gato-do-mato.
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