Demora

Após aneurisma, homem aguarda desde agosto por cirurgia

Paciente de 63 anos sofreu um aneurisma cerebral no dia 24 de agosto e desde então aguarda por uma cirurgia que só pode ser feita em Porto Alegre

O passar dos dias angustiam e preocupam a família de Rudinei Baartz Reiners, 63 anos. Internado no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) desde o dia 1º de setembro, o idoso ainda permaneceu oito dias aguardando um leito no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), após sofrer um aneurisma cerebral. Conforme o hospital, o paciente precisa de um procedimento chamado terapia endovascular de aneurisma de artéria basilar, o que só seria possível em Porto Alegre, pela falta de equipamentos.

Desde então a família aguarda a liberação de um leito dentro do sistema que regula internações em todo o Estado. Até ontem, ainda não havia sido disponibilizado um leito para Rudinei, que vê seu quadro agravar a cada dia que passa. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não há previsão para o leito ser liberado.
Desde o início deste ano, relata a filha Beatriz Reiners Pacheco, Rudinei sofre convulsões. As complicações são consequências de um acidente vascular cerebral (AVC) ocorrido há oito anos. "Em março ele já vinha sofrendo. Fomos no PS e nos mandaram embora com medicamento anticonvulsivo. O que preocupa agora é a informação do médico, que se estourar esta veia, ele pode vir a óbito", preocupa-se.
A informação entre os familiares do paciente é que é aguardada a abertura de um leito em Porto Alegre. Conforme o próprio HUSFP, toda a documentação já foi encaminhada e aguarda a sinalização do setor de Gerenciamento de Internações (Gerint), ligado à Secretaria Estadual de Saúde (SES), que faz a regulação de todos estes leitos e procedimentos cirúrgicos com especialistas.
O impeditivo para que a situação se resolva em Pelotas seria a falta de um equipamento, apesar do HUSFP possuir a especialidade de neurocirurgia.

Justiça por saúde
"A secretaria diz que não tem leito. Mas o médico disse que aneurisma não dá pra deixar assim", relata a filha, que acompanha o pai nas horas que não está trabalhando. No último mês, Rudinei apresentou piora no seu quadro. Há alguns dias, o paciente já não consegue mais caminhar ou ficar em pé.
O desgaste da espera também afeta os acompanhantes, que desde o dia 24 de agosto convivem com a rotina de corredores hospitalares. Com toda família trabalhando, os cuidados sobrecarregam a esposa Vanilda. Recentemente, familiares também buscaram ajuda na Defensoria Pública Estadual. Através da Justiça, acredita Beatriz, o caso pode ter mais agilidade. "Vai afetando cada vez mais o sistema, agravando cada vez mais. Cada dia pode piorar", desabafa a filha.

O que diz o hospital
Através da assessoria de imprensa, o HUSFP informou que o paciente deu entrada na enfermaria clínica da instituição para acompanhamento do quadro clínico. O paciente, conforme estas informações, segue sendo avaliado periodicamente e aguardando a transferência para Porto Alegre. Uma vez registrado no sistema de regulação de leitos do Estado, o hospital aguarda sinalização para transferir o paciente.

O que diz a SMS
Também através de uma nota, a Secretaria municipal informou que aguarda a liberação de leito, o que não havia acontecido até ontem. Ainda conforme a assessoria, não há previsão disponível para o paciente.

 

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