"Sobrevivemos à noite de ontem", comemorou a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), nesta terça-feira (28), na abertura da reunião diária na Sala de Situação em Pelotas. As condições meteorológicas desfavoráveis na tarde de segunda-feira (27) fizeram o nível do São Gonçalo atingir a medição recorde, com o vento leste soprando a até 75 quilômetros por hora e represando a água na margem pelotense.

Com a mudança ao vento noroeste à noite - o mais favorável, pois tira a água de Pelotas e a leva ao Oceano pelo Canal da Barra, em Rio Grande -, os níveis caíram no Município. Para esta terça-feira, no entanto, espera-se o vento sudeste, que leva a água, especialmente, à Colônia Z-3, explica o meteorologista Henrique Repinaldo. A partir da noite, a situação deve voltar a ser favorável, com ventos sudoeste de fracos a moderados até quarta-feira (29).

As chuvas devem parar a partir de terça e "ter o maior período estável no Estado desde abril", aponta Repinaldo. Mais um fator de alento, mas que reforça a atenção pelas próximas horas, quando as condições ainda serão desfavoráveis.

Segundo a hidróloga Tamara Beskow, as chuvas que castigaram a Bacia da Mirim - de até 125 milímetros em alguns pontos - ainda devem demorar alguns dias para chegar à Lagoa dos Patos - além de o rio Jaguarão ainda não ter atingido o pico, a água escoa por 76 quilômetros no Canal São Gonçalo. Assim, quando chegar em Pelotas, já deve ter condições meteorológicas favoráveis para escoar ao Canal da Barra e não represar no Município.

Paula reforçou o pedido de "atenção e força e alerta total" pelas próximas horas, quando os níveis na Lagoa e Canal ainda podem apresentar elevações. "Hoje [terça] é mais um desafio. Talvez seja o nosso último momento difícil", salientou a prefeita.​