A Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) conseguiu aprovar o projeto do Carnaval 2018 pela Lei Rouanet. Foi autorizada captação de até R$ 663,9 mil, conforme publicação no Diário Oficial do último dia 23. Dependendo do valor recolhido, poderá aumentar a verba de subvenção para as entidades e até ser resgatada a realização de concurso por categorias. Mas tudo está atrelado à arrecadação financeira, que dará suporte para a ampliação e a qualificação pretendida da festa popular. A boa notícia é que existem empresas interessadas em patrocinar e com isso ter 100% de benefício fiscal.

De acordo com a produtora cultural executiva da Cia dos Técnicos, Josiele Castro, responsável pelo projeto, a proposta contempla a realização do Carnaval no Porto, pagamento da verba de subvenção às entidades, montagem da passarela, som, luz, segurança (reforçada pela Guarda Municipal e a Brigada Militar) e um plano de formação de plateia, com a realização de oficinas sobre a história da folia local e do Carnaval de uma forma geral. A ideia é atingir mil crianças.

A passarela do samba terá total acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva, visual, de locomoção e cognitivas. Um espaço será reservado para que possam pular à vontade, explica. A prefeitura mantém o repasse de R$ 350 mil como ajuda de custo para a festa, a exemplo do que ocorreu na edição de 2017. Esse valor, na última edição, contemplou as escolas de samba do grupo Especial com R$ 47 mil para cada uma das três a desfilar (total de R$ 188 mil), cinco escolas mirins com R$ 12 mil para cada (total de R$ 60 mil) e dois blocos infantis, com R$ 9 mil para cada (total R$ 18 mil).

Dependendo do que for captado, poderá ter arquibancadas, camarotes, mas tudo está pendente, frisa Josiele. Se a captação for plena poderá adequar o custo geral. Pessoas físicas também podem patrocinar e ter a mesma isenção fiscal. A captação poderá ser feita até o dia 31 de dezembro e a produtora cultural está otimista em relação à participação de empresas locais e de fora.

Correria
Vai ser correria, porque o Carnaval começa no dia 10 de fevereiro. Para as entidades, mais uma vez vai ficar apertado, comenta o presidente da Assecap, Roberto Nunes. Mas a possibilidade de ampliar a festa o deixa animado, sobretudo porque é acenada a possibilidade de ajudar mais financeiramente as entidades.

Conforme ele, as bandas, que no Carnaval 2017 não receberam subvenção, assim como os blocos burlescos, estão pressionando pela verba e já existe divisão entre elas. Há quem ameace nem desfilar se não tiver nenhum repasse de recursos.

O projeto do Carnaval 2018 será analisado pelo Instituto Zumbi dos Palmares. A captação e a organização ficam a cargo da Cia dos Técnicos, com apoio e supervisão da Assecap.