Na última semana, os moradores das redondezas do Largo de Portugal acordaram com uma surpresa: três árvores haviam sido retiradas dos seus locais de origem. A região está em obras há mais de um mês, com o propósito de requalificação da área; projeto prevê o replantio de pelo menos dez árvores no local.

O secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Roberto Ramalho, explica que a requalificação do largo prevê a recomposição do mosaico de pedras portuguesas, que se encontram em dois locais. O primeiro está localizado bem na frente do supermercado Guanabara; o segundo, de onde as árvores foram removidas, em frente à antiga Estação Férrea. "Essa recomposição do mosaico é uma das obrigações que assumimos quando buscamos o recurso, logo somos obrigados a arrumar", completa.

Em ambos os locais a situação era parecida, pois as raízes das árvores comprometiam as pedras portuguesas, então a Seplag optou por retirar as que mais impactavam o piso e que eram em menor quantidade. O responsável pela pasta ressalta que está comprometido em plantar 20 árvores, sendo dez delas na própria requalificação do largo. "Vale dizer que as árvores em frente ao Guanabara irão permanecer", lembra.

Quem não ficou feliz com o novo visual da rua foi Cláudia Mello da Silva Lopes, 54. A artesã chegou a postar uma foto nas redes sociais mostrando o ocorrido e recebeu apoio de todos os vizinhos. "Eram árvores carregadas de histórias", diz. Na oportunidade da divulgação, a moradora pôde ler diversas curiosidades sobre o local nos comentários, como, por exemplo, quando funcionava um ponto de táxi no largo, e as árvores serviam de sombra para os motoristas.

Moradora do local há 17 anos, Cláudia questiona se não tinha como manter as plantas no local. "Eu não entendo muito, mas não acredito que não tivesse como arrumar tudo sem tirar elas", argumenta. Desde a retirada, na última quinta-feira, o cenário que Cláudia tem ao abrir a porta é definido por ela como "poeira e um vazio enorme".

Revitalização

Projeto envolve o investimento de mais de R$ 2,3 milhões, para a requalificação do Largo de Portugal, da rua Dom Pedro II, entre Professor Araújo e Almirante Barroso, e da avenida Saldanha Marinho. Os recursos são de origem federal, com contrapartida municipal. As obras estão a cargo da Construtora Pelotense.

Somente o Largo de Portugal, além do novo sistema de drenagem, receberá elevação do piso localizado em frente da Estação Ferroviária, a restauração do piso em pedra portuguesa do canteiro central e a revitalização do canteiro do encontro com a rua Dom Pedro II, com adequações do pavimento em concreto e reparos no material português. Alargamento de passeios, colocação de piso tátil, sistema de acessibilidade, paisagismo, mobiliário urbano (bancos e lixeiras), bicicletários, sinalização viária e luminárias também estão incluídos no projeto que beneficia o local.