Pelotas

Assembleia define propostas para Convenção Coletiva do Transporte Público

Documento será entregue ao Sindicato das Empresas para dar início às negociações até a data-base

Foto: divulgação - Trabalhadores pedem aumento de 5%

Por Cíntia Piegas
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Em assembleia realizada na noite de terça-feira (3) pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pelotas (STTRP), foram aprovadas, por unanimidade, as propostas apresentadas para compor a Convenção Coletiva de Trabalho com data-base de 1º de fevereiro. Oito pedidos foram elencados pela categoria e serão entregues ainda nesta quinta (5) ao Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviário de Pelotas. Entre as prioridades, a reposição salarial com base no INPC de janeiro, mais 5% de ganho real. Já o setor jurídico da classe patronal adianta que, devido à crise econômica, será impossível discutir reajuste.

"Vamos sugerir reuniões desde já para que até 31 de janeiro estejamos aptos a judicializar o dissídio, caso não tenha acordo", adiantou o presidente do STTRP, Claudiomiro Amaral. A expectativa da classe é de retomada das reivindicações após dois anos de pandemia, período em que foi preciso ajustar escalas, negociar demissões, e se adaptar às novas tecnologias para manter o transporte circulando. "A nossa pauta é uma construção com os diretores de base que estão dentro das empresas e observam as questões. Com as elencadas na assembleia, somamos agora um total de 90 pautas em debate com as empresas", contabilizou.

A saúde do trabalhador segue na lista de prioridades. Atualmente, segundo explica Amaral, o motorista que sofre assalto segue sua em operação até o término da jornada, quando então pode fazer o registro. "Queremos que ele seja substituído imediatamente ou o carro recolhido, para que ele possa ir até a delegacia, sendo que só voltaria à escala no dia posterior", explicou. Para o Sindicato, esta é uma medida para manter a integridade física e mental dos servidores.

Com a redução gradual dos cobradores, a categoria quer mudar uma cláusula que determina uma porcentagem ao motorista do que for pago em dinheiro. "Nosso pedido é que ele receba sobre todos os tipos de pagamentos e que o percentual passe de 2% para 4%, pois o condutor não é responsável só por quem pagou em espécie, e sim por todos passageiros." Para o Sindicato, a expectativa é chegar a 2023 dando um passo de 100%. "Terminado o período de pandemia e com o aumento de passageiros - passou de 40% do normal para 80% -, esperamos ter um diálogo aberto", sinalizou o presidente, ao lembrar que a categoria foi bastante flexível nos últimos dois anos e que isso possa ser reconhecido.

Confira outras pautas
- Com relação à CLT: pagamento das férias três dias antes do início da mesma (atualmente são dois dias, quando cumpridos, conforme anunciou o STTRP). A categoria também irá pedir 30 dias de férias mais um para que o trabalhador possa realizar os exames de retorno. "Isso não acontece, pois muitas vezes temos de realizar o procedimento após o retorno do período de descanso, e não somos dispensados", justificou Amaral.
- Benefícios: descongelamento dos quinquênios, que em 2020 foram desativados em função da crise da pandemia. Ainda em relação aos benefícios, a categoria quer a antecipação do pagamento do vale-alimentação para o dia 30 de cada mês.
- Calendários - Duas reivindicações que serão postas em negociação: a definição das escalas de folgas com pelo menos uma semana de antecedência - para que o trabalhador possa se programar -, a outra, quando este está de folga e for chamado por algum imprevisto, que seja pago o dia em dobro.

Do outro lado
O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Pelotas disse que ainda não recebeu as propostas, mas antecipa que não existe essa possibilidade, diante de toda a crise que está atravessando, de se discutir reajuste de salário. Uma das argumentações é que Pelotas paga um dos maiores salários do País.​

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