Luta

Ativistas pelotenses são homenageadas no Centro da Mulher

Salas do Cram serão batizadas com nomes de mulheres que lutam pela causa no Município; primeira homenageada foi a ativista Zely Franco

Foto: Michel Corvello - Ascom - Zely esteve no Centro para testemunhar a inauguração da sala

As personagens que fazem parte da história da luta feminina em Pelotas, a partir de agora, estarão eternizadas nos corredores do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram). A primeira sala batizada em homenagem a uma das referências do ativismo na cidade, a Professora Zely Franco Garcia, foi inaugurada na manhã desta terça-feira (5).

Aos 89 anos, Zely esteve no Centro para testemunhar a inauguração da sala e participar de uma roda de conversa, que também foi uma homenagem à trajetória da professora. Ao Diário Popular, ela contou que o reconhecimento chegou inesperadamente. "[Foi um momento] de muita emoção. Eu não esperava. Vai ficar marcado pelo reconhecimento que todas demonstraram da minha contribuição para a luta das mulheres em Pelotas, até porque nunca fiz nada sozinha", comentou.

Apesar da surpresa, essa não é a primeira homenagem de Zely, que já recebeu o título de Cidadã Emérita da Câmara de Vereadores de Pelotas e teve sua trajetória na luta pelos direitos das mulheres reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado. A sala, que agora leva o nome, foto e história da professora, é a primeira em que as mulheres que procuram o atendimento são acolhidas pela equipe do Cram. Mensalmente, são realizados cerca de 135 atendimentos na instituição.

Reconhecimento

A coordenadora do Cram, Eliane Bitencourt, destaca que a iniciativa, além de humanizar o atendimento, busca reconhecer, ainda em vida, a história e as conquistas de figuras importantes da causa feminina pelotense. "A gente acaba homenageando as pessoas depois que elas não estão aqui, mas porque esperar? A gente só está aqui hoje porque elas começaram e temos que mostrar isso para mais mulheres serem ativistas, saberem que tem toda uma história e verem que esse espaço não caiu do céu", observa.

A inauguração da primeira sala fez parte da campanha nacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher de 2023 e, ao longo do ano que vem, que também marca os dez anos do Cram, serão inauguradas as próximas salas. Mais seis espaços receberão nomes de ativistas vivas do Município, que não tiveram seus nomes revelados para manter a surpresa das próprias homenageadas.

Quem é Zely Franco Garcia

Professora, mãe de cinco filhos, avó e bisavó, Zely Franco acumulou tarefas e conquistas ao longo da vida. Além das contribuições para a transformação e organização do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp) enquanto professora, sua história também está marcada na trajetória de muitas das instituições e iniciativas que lideram o combate à violência e a luta por direitos na cidade até os dias de hoje.

Nessa frente, fez parte da criação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) e do Programa Municipal de Centros de Acolhida e também participou da instalação do Posto da Mulher que, anos depois, se tornou a Delegacia Especializada no Atendimento da Mulher (Deam). Zely também é fundadora do Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas (Gamp) e já presidiu esta e outras instituições, como o Comdim, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e a Casa Abrigo Luciety.



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