Protesto

Ato no calçadão da Andrade Neves pede o fim da violência contra a mulher

Ação liderada por ativistas de diferentes entidades e coletivos marcou este sábado com fala na rua, caminhada, exposição e oficina

Foto: Carlos Queiroz - DP - Somente este ano, quase 88 gaúchas foram assassinadas, cinco delas eram pelotenses

Um grupo de ativistas, representando diferentes entidades e coletivos, lideraram, neste sábado, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, em Pelotas. O ato começou às 11h30min, junto ao chafariz do calçadão da Andrade Neves, com o Boca na Tribuna, quando as mulheres tiveram a oportunidade de protestar contra a misoginia, que leva ao crime, e pedir por mais ações de proteção às mulheres vítimas de abusos. Durante o protesto foi lembrado que somente este ano quase 88 gaúchas foram assassinadas, cinco delas eram pelotenses.

A ação, que marca 21 dias de ativismo, teve ainda uma marcha, às 13h, até o largo Edmar Fetter, no Mercado Central, onde foi montada a exposição dos sapatos vazios intitulada Onde estão elas?. O dia de atividades para chamar a atenção sobre a violência contra as mulheres foi encerrada com uma roda de autoscuidados, às 15h.

A jornalista Niara de Oliveira, integrante da Frente Feminista 8M Pelotas, explicou que a entidade costuma fazer o Boca na Tribuna próximo ao dia 25, mas este ano a 8M uniu forças com o Levante Feminista Contra O Feminicídio e o Conselho Municipal Dos Direitos Da Mulher (Comdim Pelotas). O resultado foi este evento maior.

Integrante também da diretiva do Comdim, Niara diz que é muito triste e inadmissível que mulheres morram pelo simples fato de serem elas mesmas. A ativista questiona o porquê, em Pelotas, por exemplo, onde há toda a assistência necessária para a mulher que está sofrendo algum tipo de violência, ocorram tantos feminicídios. “Temos todos os serviços e todos estão abertos, então alguma coisa está falhando”, fala.

Outra questão levantada pelas ativistas é quanto a classificação de feminicídios. “Viemos, nós da Lupa Feminista, observando que a Secretaria de Segurança tem classificado como feminicídio apenas os crimes íntimos e ignorado a outra condição de menosprezo a condição de gênero”, argumenta. Niara também fala que se tem observado que os crimes estão mais cruéis. “A gente acha que o estado não está nos protegendo, então ficamos com a sensação de que somos cidadãs de segunda classe.”

Outros tipos de violência

A auxiliar administrativa Angélica Mortágua, 27, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, do Partido Comunista Brasileiro, comentou que as ativistas se preocupam não só com a violência física, mas também com outras formas de vilipendio que a figura feminina enfrenta no seu cotidiano. “É claro que a violência física é a que mais choca, mas toda a violência que sofremos enquanto mulheres da classe trabalhadora importa”, diz.

A ativista lembrou que a falta de acesso a transporte público adequado, à saúde e até mesmo a contraceptivos, bem como a falta creches para que os filhos dessas mulheres possam ficar enquanto trabalham, entre outros problemas são pauta do protesto. “A gente vem pautando todas essas formas de violência.”

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