Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Com três anos completados em outubro, o serviço de compartilhamento de bicicletas de Pelotas, o BikePel, vive um momento de queda na utilização. Segundo a Serttel, empresa responsável pelo projeto, um dos principais problemas enfrentados no último ano foi o aumento dos furtos de peças e bicicletas, fator relacionado com a diminuição da busca pelo serviço. Das cem destinadas para o BikePel inicialmente, apenas 50 restaram e estão disponíveis para a comunidade atualmente.

Para o representante da Serttel, Vitor Barboza, a redução da frota em tão pouco tempo dificultou a reposição e, consequentemente, diminuiu a utilização do serviço. "Só no último ano, além dos furtos diários de peças, 43 bicicletas foram furtadas. Já entregamos peças para análise da Polícia Civil para tentar chegar em quem está fazendo isso", informa. O furto de peças, muitas vezes percebido apenas na hora da utilização da bicicleta, também prejudica a qualidade do serviço e acaba afastando os usuários.

Barboza também destaca outros fatores que podem ter influenciado a queda de usuários, como os anos da pandemia, que registraram períodos de pouquíssimas viagens, e uma recente mudança de regras no sistema. Desde dezembro de 2022, passou a valer a obrigatoriedade de devolver as bicicletas nas estações virtuais definidas pelo aplicativo, mudança que impactou o uso do serviço. "Ao longo destes dois anos, não precisava deixar as bicicletas nas estações. Com a nova regra, sentimos que as pessoas deixaram de utilizar o sistema porque ele não está mais servindo ao que elas faziam antes".

No entanto, apesar das dificuldades dos últimos anos e da queda de usuários, o representante reforça que o projeto segue e ainda é considerado um caso de sucesso entre os pelotenses. "Nesses três anos, já passamos das cem mil viagens. É um número expressivo, que mostra que a cidade acolheu bem as bicicletas." Em 2022, foram realizadas 23.077 viagens através do BikePel, cerca de cinco mil a menos em relação ao ano de 2021.

Novos planos para 2023
Para a Serttel, a expectativa é que, em 2023, o projeto passe por reestruturação. Segundo Barboza, a empresa já está realizando conversas com a Prefeitura sobre novas propostas e ideias para o serviço. "Estamos projetando um BikePel novo para 2023. Queremos atrair mais usuários e integrar mais a bicicleta no dia a dia das pessoas e a cidade de Pelotas é propícia para isso", projeta.

A instalação de estações físicas para as bicicletas é uma das possibilidades discutidas. "Essa seria uma medida para tentar minimizar os furtos. A possibilidade de integrar o sistema de bicicletas ao transporte público também foi discutida, mas ainda não temos nada oficial", finaliza. Novas conversas sobre a remodelação do BikePel devem acontecer no fim do mês.

Como utilizar o serviço
Todo o processo de utilização das bicicletas é feito inteiramente pelo aplicativo BikePel. A visualização das 13 estações virtuais espalhadas pela cidade e das três subestações no Laranjal também pode ser acessada no app. Já o pagamento pode ser feito de duas formas: através de assinatura mensal de R$ 20 que dá direito a viagens de até 30 minutos (com intervalo de 15 minutos entre uma viagem e outra), ou através do passe avulso, que cobra R$ 1,50 a cada 15 minutos de utilização. Outras informações podem ser acessadas no site bikepel.com.br.

Os números
- 2019: 12.218 viagens; média diária de 136 viagens
- 2020: 18.434 viagens; média diária de 51 viagens
- 2021: 27.099 viagens; média diária de 74 viagens
- 2022: 23.077 viagens; média diária de 63 viagens​