Valor
Aumento na conta de luz chega a 33,54%
Acréscimo deve ser sentido a partir das faturas referentes aos meses de janeiro ou fevereiro
Carlos Queiroz -
O reajuste na conta de energia elétrica vem surpreendendo os consumidores da CEEE, que começam a receber a primeira cobrança após o anúncio do aumento. Aprovado em 19 de dezembro do ano passado, a atualização chega a 33,54% para a indústria e 29,3% aos consumidores residenciais. O acréscimo deve ser sentido a partir das faturas referentes aos meses de janeiro ou fevereiro, dependendo do calendário de medição de cada cliente. O setor fabril fala em repassar o valor aos produtos, enquanto o comércio deve absorver a diferença.
Vivendo com o dinheiro contado e cada vez mais apertado com tanto aumento nos produtos básicos, a família do aposentado Luís Fernando Xavier levou um susto ao receber a conta de energia elétrica desse mês. Pegos de surpresa com o reajuste, ele e os outros três moradores da pequena residência no loteamento Ambrósio Perret terão de reduzir ainda mais os gastos para conseguir pagar a fatura.
Antes mesmo do acréscimo a família já tomava medidas para se manter em dia com as contas. “Banho é um por dia. O tanquinho nós ligamos dia sim, dia não”, exemplifica Isis Gonçalves, nora do aposentado. Durante o dia, mantêm apenas a geladeira ligada. Mesmo assim, a fatura cobrada pela CEEE chegou aos R$ 88,38. Além do aumento no valor do KWh, que passou de R$ 0,51 para R$ 0,67, a tarifa vigente é a vermelha e implica em mais uma taxa.
Uma saída encontrada para as famílias de baixa renda como a de Luís Fernando é optar pela tarifa social. O benefício garante a redução de 10% a 65% no valor da conta de luz para clientes inscritos no Cadastro Único do Governo Federal e que atendam a determinados requisitos. Recebendo um salário mínimo para manter quatro pessoas, Rozelaine Gomes, esposa de Luís Fernando, solicitou o benefício. A redução, porém, só deve ser vista na leitura do próximo mês.
Alta tensão tem reajuste maior
O aumento da tarifa de energia elétrica paga pelos consumidores de alta tensão (indústrias) é de 33,54%. O impacto nas contas deverá ser repassado ao consumidor, projeta o presidente do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), Amadeu Fernandes. “Em uma época de recuperação lenta da economia, vemos o reajuste com muita preocupação”, admite. Na avaliação de Amadeu, o acréscimo nas contas pode acabar prejudicando a competitividade dos produtos gaúchos em relação aos de outros estados.
Como possível solução para fugir do aumento, o presidente conta que algumas indústrias estão atuando no mercado livre de compra de energia. Nesta modalidade eles não recebem a eletricidade da CEEE, mas de outras companhias. O Cipel já sugere aos associados que busquem a alternativa para tentar reduzir os custos.
Já no setor do comércio, a solução provavelmente será absorver os quase 30% de reajuste. Para Gilmar Bazanella, presidente do Sindilojas, “O acréscimo da conta de energia é mais um item que prejudica a recuperação financeira.”
Tarifa Social
A redução no valor da conta de luz varia de 10% a 65% e é válida para clientes com o seguinte perfil:
Inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal que tenham renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional
Pessoas que recebam algum benefício de prestação continuada da assistência social
Famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal de até três salários mínimos e que tenham portador de determinadas doenças ou deficiências
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