Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

A falta de chuva segue preocupando cada vez mais a Zona Sul. Na última semana, Pelotas registrou apenas 3,7 milímetros de precipitação, e a Barragem Santa Bárbara, principal manancial do Município, já se encontra 1,52 metro abaixo do ideal. Diante da previsão de pouca chuva, autoridades demonstram preocupação com o cenário e chegaram a se reunir nesta quarta (4) para discutir medidas de combate à estiagem.

A diretora-presidente do Sanep, Michele Alsina, afirma que a situação é extremamente preocupante, porque retrata precocemente um cenário semelhante ao de anos anteriores. "Na seca histórica de 2020, o decreto de restrição do uso de água foi anunciado em 21 de fevereiro, quando a barragem estava 1,94 m abaixo. Neste ano, o cenário é ainda pior, com este nível preocupante no início de janeiro". Em dezembro de 2022, segundo a Emater, choveu apenas 58,3 milímetros em todo o município de Pelotas. Na Barragem Santa Bárbara, o índice foi ainda menor, com apenas seis milímetros registrados pelo Sanep.

Michele explica que a estiagem, a consequente baixa nos níveis das reservas hídricas e a salinidade do Arroio Pelotas são condições climáticas que fogem do poder público, mas que a autarquia está trabalhando constantemente para garantir o abastecimento. "O Sanep vem fazendo tudo o que está ao seu alcance para minimizar o impacto aos moradores".

Entre as medidas adotadas, está a retomada do modelo tradicional de abastecimento no Laranjal e Areal, utilizando o reservatório do Areal como fonte principal, sem o auxílio da Estação de Tratamento de Água (ETA) Móvel, operação necessária devido à salinização do Arroio Pelotas. Diante da suspensão temporária da ETA Móvel, a frota de caminhões-pipa também foi reforçada para auxiliar a região litorânea, especialmente a Colônia Z3 e o Balneário dos Prazeres.

Consumo consciente
A diretora-presidente da autarquia também reforça a importância da conscientização da comunidade para lidar com os efeitos da estiagem. Por dia, são mais de cem milhões de litros de água tratados para abastecer 100% da zona urbana pelotense. "Mesmo com o último dado do IBGE apontando redução na população de Pelotas, registramos um aumento no consumo de água", comenta.

Segundo Michele, além de ter equipes mobilizadas 24 horas por dia para manter a cidade abastecida sem que seja necessário racionamento, o Sanep também está trabalhando na conscientização ambiental para incentivar o uso racional da água e evitar desperdícios. "É uma luta constante e coletiva, que precisa tanto da atuação do Sanep como da colaboração dos moradores".

Próximos passos
Nesta quarta, uma reunião entre a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), a diretora-presidente do Sanep e representantes da Secretaria de Desenvolvimento Rural discutiu a situação da seca em Pelotas e a possibilidade de racionamento de água. Na conversa, o grupo decidiu esperar a divulgação de um relatório de situação e danos da Emater, que deve sair nesta quinta, para definir os próximos passos do combate à estiagem no município.

Conforme o Diário Popular vem acompanhando, a Zona Sul já sente os efeitos da seca. O aumento de ocorrências de incêndio na região, o decreto de situação de emergência por conta da estiagem em Herval e a iminência de decretos também nos municípios de Rio Grande e Arroio Grande são alguns exemplos.

Chuva no mês de dezembro nos últimos anos em Pelotas (dados coletados pelo Sanep na Barragem Santa Bárbara)
- 2020: 96 milímetros
- 2021: 73 milímetros
- 2022: seis milímetros​