Extradição
Battisti seguirá da Bolívia direto para a Itália
Autoridades italianas e bolivianas confirmam voo para Roma sem escala
Autoridades italianas e bolivianas confirmaram neste domingo (13) à tarde que o Cesare Battisti, de 64 anos, seguirá direto da Bolívia para Roma. O Ministério do Interior da Itália aguarda a chegada dele para amanhã (14) à tarde em território italiano. O governo da Bolívia informou que agentes de segurança do país entregaram Battisti para os policiais italianos no Aeroporto Internacional de Viru Viru, em Santa Cruz de La Sierra.
Em entrevista coletiva à imprensa, o ministro do interior da Bolívia, Carlos Romero, afirmou que Battisti será expulso por ingresso ilegal no país. Segundo ele, agentes bolivianos da Interpol o entregarão para os agentes da Itália no aeroporto. O voo sairá de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) direto para Roma, na Itália.
O plano de resgate e transporte de Battisti é coordenado pelo serviço secreto da Itália, Aise. A partida da Bolívia está programada para hoje. A previsão é que ele chegue a Roma por volta das 13h30min, no horário italiano.
Romero disse que a entrega de Battisti foi coordenada entre o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia e as autoridades italianas, por meio da embaixada em La Paz. Segundo o ministro boliviano, Battisti foi preso em público após os agentes verificarem que ele não tinha documentos legais para entrada na Bolívia.
Como Battisti chegou à Bolívia ilegalmente, não há registros sobre a data ou o local exato pelo qual ingressou no país.
Mais cedo, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, chegou a informar que um avião do governo italiano estava a caminho da Bolívia para buscar Cesare Battisti. Segundo o premiê, o avião pousaria por volta das 14h, no horário de Brasília.
Heleno, no entanto, disse que Battisti seria trazido para o Brasil num avião da Polícia Federal e trocaria de avião antes de seguir para a Itália. Segundo ele, o avião que iria à Bolívia não teria capacidade para voar direto até a Europa, tornando necessária a escala.
Prisão perpétua
Conforme o governo brasileiro, a decisão de trazer Battisti para o Brasil foi tomada conjuntamente com o governo italiano, levando em consideração questões de segurança. Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, ele é considerado terrorista.
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.
Nos últimos dias do governo Michel Temer, o STF decidiu pela extradição. A medida era defendida ainda em campanha pelo presidente Jair Bolsonaro.
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