Benefício

Cadastro para Auxilio Reconstrução pode ser realizado até esta quarta

Programa do governo federal garante apoio financeiro de R$ 5,1 mil aos atingidos pelas enchentes no RS

Foto: Volmer Perez - DP - População foi recepcionada por técnicos da Prefeitura

Enquanto as águas que envolvem Pelotas sobem, quem já foi afetado garimpa esperança para reiniciar tudo do zero. Com a intenção de dar os primeiros passos para um recomeço digno, moradores de diversas regiões atingidas pelas enchentes na cidade se deslocaram até o auditório do Colégio Municipal Pelotense nesta segunda-feira (27) e realizaram o cadastro que permite o acesso ao Auxílio Reconstrução.

O programa do governo federal pretende disponibilizar recursos às famílias que sofreram com as cheias que atingem o Estado desde o fim do mês de abril. Até as 15h30min, seis mil inscrições haviam sido feitas em modo online, além de 200 realizadas presencialmente. O prazo para cadastramento vai até quarta-feira.

Uma dessas pessoas é Thiago Lemos, 38 anos. Ele é morador do bairro Simões Lopes, com residência às margens do Canal Santa Bárbara, zona de risco alto para inundação. O relaxamento dos últimos dias durou pouco, e o dia chuvoso trouxe consigo novas preocupações para ele, já que a água voltou a avançar e tomar conta da casa novamente. O homem não tem condições para trabalhar no momento. Vive com a mãe, uma senhora de idade, e a irmã, que é especial. Ele desabafa sobre a importância de obter qualquer mínimo recurso que ajude sua família a sobreviver e recuperar o que foi perdido. “Estamos perdendo as coisas, não tem outra saída. Se for para ganhar, o que vem, vem para ajudar a gente. Dá um confortinho ali que tu fica mais tranquilo”, diz Lemos.

Quem também aguardava ser chamada para o cadastramento era a moradora da Balsa, Mariana Oliveira, 27 anos. A jovem conta que teve a casa, à beira da Estrada do Engenho, invadida pela água do Canal São Gonçalo logo nos primeiros dias de cheia, e foi obrigada a contratar um caminhão de mudanças para salvar alguns itens, mesmo sem condições financeiras para isso. Se mudou para uma casa no bairro Fragata, onde paga aluguel. A decisão de não ir para os abrigos emergenciais se baseou na insegurança de Mariana em relação ao bem-estar da filha, uma criança de nove anos. Sem fonte de renda no momento, o auxílio do governo serve de respiro para amenizar um sentimento de angústia que preenche todos os dias do mês de maio da matriarca. “Eu tive que parar de trabalhar porque não tinha ninguém para deixar ela, não tem colégio. [...] A gente teve gasto com mudança, com caminhão, gasto com aluguel”, afirma Mariana.

Chegando no auditório ofegante por fugir da chuva, Aderson Ribeiro, 38 anos, mora no bairro Guabiroba. Ele pretende resistir no chalé onde vive com a esposa mesmo com a água invadindo e exigindo que se retirem da casa seguidamente devido à alternância dos níveis dos canais de drenagem mais próximos. O homem declara que já perdeu o colchão, que ficou envolto pelo lodo, e a geladeira, que estragou no contato com a água. Mesmo assim, para Anderson, o benefício será de grande valia em contextos variados. “Serve para o alimento”, destaca o morador, “e comprar o que eu perdi. Se sobrar alguma coisa, pagar as contas da luz, porque com a chuva eu não consigo trabalhar”.

Anderson chegou completamente encharcado e esbaforido no auditório do colégio. Sem dinheiro, o homem se vê na obrigação de realizar os trajetos na cidade a pé. Sobretudo, em se tratando de um auxílio financeiro que pode trazer luz para um momento tão difícil. “É que eu não tenho sorte. Por isso que eu batalho. Pode ser vinte, trinta reais, ajuda um pouco, mas vou passar trabalho. Mas eu quero ter sorte, porque estou precisando muito mesmo”, confidencia.

Sobre o Auxílio Reconstrução

A confirmação de dados permite que as famílias busquem o benefício do Auxílio Reconstrução, de R$ 5,1 mil, pago em uma única parcela pelo governo federal àqueles que se encontram desalojados ou desabrigados no Rio Grande do Sul. Além do atendimento presencial, a Prefeitura de Pelotas disponibilizou links para cadastro online, conforme a região em que a residência fica instalada.

O que levar

É necessário levar o CPF de todos os integrantes da moradia e, se possível, o comprovante de residência.

Acompanhamento

O contemplado responsável pelo grupo familiar já pode acessar a plataforma do governo federal e acompanhar o processo de recebimentos dos recursos por meio do link: gov.br/mdr/pt-br/auxilioreconstrucao.

Validação dos dados

Após o período de cadastro, as informações registradas serão comparadas com as áreas alagadas, apontadas pela Defesa Civil. Caso não existam divergências, os dados serão incluídos no sistema federal. 

Recebimento

Depois da inserção dos dados no sistema, que começa a ocorrer na sexta-feira, a previsão é que o governo federal realize a análise, aprove a inscrição e inicie o pagamento.

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