Problema

Caixas de transmissão de telefonia causam transtornos nas ruas

Estruturas antigas e obsoletas têm causados acidentes a pedestres e acúmulo de lixo; Secretaria de Mobilidade Urbana e Gestão da Cidade pede a retirada dos equipamentos

Foto: Volmer Perez - DP - Estruturas causa transtornos por quem trafega pelas localidades

Antes essenciais à comunicação, as caixas de transmissão de rede de telefonia fixa espalhadas em pontos estratégicos da cidade, se tornaram um transtorno em vias públicas. As estruturas que aparentemente não possuem mais nenhuma utilidade para as operadoras são alvo constante de depredação e furtos de fiação, o que resulta em obstáculos para a circulação de pedestres. Em algumas calçadas, as tampas do chão foram retiradas ocasionando acidentes, em outros, os armários estão destruídos, restando apenas a base de concreto e partes metálicas.

Rua com intensa movimentação, na Doutor Cassiano, esquina com a Gonçalves Chaves, recentemente a parte interna de uma das caixas estava dependurada impedindo a utilização da calçada. Pouco tempo depois, os cabos foram retirados e a tampa metálica no chão desabou, deixando um grande buraco com profundidade considerável exposto. Como conseqüência, um desavisado ciclista caiu e foi parar no meio da rua, correndo o risco de ser atropelado.

O ponto fica quase em frente a sede temporária da escola de educação especial para deficientes visuais, Louis Braille. A atendente da instituição foi quem socorreu o senhor idoso que se acidentou. "Ele não enxergou [o buraco] e caiu no meio da rua. Eu trouxe ele para cá, o homem estava todo ensanguentado", conta. Maria Helena Rodrigues relata ainda que diante do perigo aos deficientes visuais, os profissionais alertavam a todos sobre o cuidado ao circular na calçada. "Na frente da escola é um perigo, as pessoas não enxergam, a gente fica controlando e avisando. Aquilo ali não tem utilidade, é um enorme de um buraco, alguma coisa eles tinham que fazer."

Recentemente a tampa foi recolocada na galeria subterrânea, entretanto, Maria Helena destaca que constantemente a parte metálica desaparece. "Antes de ontem vieram aqui e taparam, é a terceira vez que colocam a tampa e ela desaparece". O problema também ocorre em outra localização do Centro, na rua Santos Dumont, esquina com a Voluntários da Pátria, próximo ao Centro de Especialidades. No entanto, até o fechamento desta reportagem, lá a abertura no chão estava sinalizada com um cavalete da Secretaria de Transporte e Trânsito.

Além de ter virado ponto de descarte de lixo, o buraco também causou quedas a pedestres distraídos. "Há mais ou menos um ano que está tudo destruído e uma pessoa caiu ali e se machucou bastante. Depois um cego também se atrapalhou ali. Essa operadora de telefone fixo que fecharam que deixam esse monte de fios por aí", conta o funcionário de um empreendimento em frente ao local. João Luiz diz ainda que o cavalete foi colocado no buraco após um acidente de trânsito que ocorreu na rua. "Foram levando e roubaram tudo, começaram pelos fios e depois ficou esse buraco. Deve ter várias assim pela cidade", ressalta.

Equipamentos obsoletos

Nos três pontos do Município em que a reportagem esteve, incluindo a avenida Dom Joaquim, restava apenas a carcaça das caixas de transmissão. Sem nenhum valor de venda, o armário de metal e a base de concreto eram as únicas coisas que restavam. De acordo com professor do curso de telecomunicações do Instituto Federal Sul-Riograndense (IFSul), Sidnei Padilha, essas estruturas estão nas ruas há pelo menos 25 anos. Instaladas para suprir uma grande demanda por telefone fixo e internet discada, os armários se tornaram obsoletos com o avanço da tecnologia. "Entre 2000 e 2005 a maioria dos nossos alunos que se formavam ia trabalhar em projetos de instalação de rede metálica. Muitas pessoas queriam telefone."

O professor explica ainda que atualmente os equipamentos de internet são mais compactos e geralmente acoplados em postes, otimizando o espaço e tornando as antigas caixas sem utilidade. Para Padilha, as operadoras deveriam realizar um levantamento das estruturas inúteis e a retirada das mesmas. "Só que isso tem um custo para o operador então acaba ficando ali parado. Mas a telefonia está morrendo, não tem porquê se existe outra forma de comunicação mais rápido."

Retirada das ruas

Sobre a situação, o secretário de Obras e Pavimentação, Giovan Pereira, informa ter recebido da Secretaria de Mobilidade Urbana e Gestão da Cidade pedido para realizar a retirada dos armários de fiação de telefonia fixa. "Esta ação está sendo agendada dentro do cronograma de trabalho da secretaria e, em breve, deveremos fazer a retirada destas estruturas e recompor as calçadas onde estão instaladas", afirma.

Conforme Pereira a empresa de telefonia responsável pelas estruturas foi procurada e questionada sobre os armários, mas não deu retorno ao Município.

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