Cerca de cem manifestantes participaram do ato até a prefeitura (Foto: Jô Folha)

Em alto e bom som nesta sexta-feira (19), mais uma vez, os permissionários do Pop Center deram o recado: “sou camelô e vou lutar por melhores condições para trabalhar”. Cerca de cem comerciantes concentraram-se no prédio que abriga as bancas e caminharam até a prefeitura, passando pelo Calçadão de Pelotas. O grupo segue com a mesma reivindicação já proposta ao Executivo: seguir atuando na rua ou a isenção do aluguel por três meses e descontos até o final da pandemia.

A marcha até a prefeitura tinha o objetivo de tentar uma conversa com a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). A vereadora Fernanda Miranda (PSOL), que é membro da Comissão de Combate ao Coronavírus da Câmara, esteve no ato e tentou mediar o encontro, mas foi informada que a prefeita já tinha se deslocado para outro compromisso. Entretanto, o secretário de Segurança Pública, Samuel Ongaratto, que estava no local auxiliando na articulação, garantiu à legisladora que tentará marcar a reunião com o executivo o mais rápido possível. Após o anúncio, os permissionários retornaram em caminhada, mas garantiram que até a confirmação da reunião eles seguirão reivindicando por condições adequadas de trabalho.

Uma permissionária que preferiu não se identificar, relatou que o grupo segue lutando pela proposta sugerida por eles, que configura em três meses de aluguel isento, e 50% até a pandemia acabar. “Com isso, entramos e nos adequamos às novas medidas”, disse. Ela explica que os 90 dias de isenção seriam para os trabalhadores do grupo de risco se organizarem, já que muitos não terão como voltar. “Temos colegas idosos, diabéticos”, frisou. O grupo avalia que não é justo os comerciantes que não têm condições de retornar por questões de saúde sejam cobrados. “Eu não faço parte do grupo de risco, mas penso neles. O que adianta eu estar bem e muitos podendo perder seu espaço”, questionou.

Vistoria feita

Na última segunda-feira os vereadores Marcus Cunha (PDT) e Fernanda Miranda (PSOL) estiveram no local e solicitaram ao Executivo que uma vistoria fosse feita no local pela Vigilância Sanitária. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura (Ascom), a fiscalização feita pela vigilância ocorreu na manhã desta sexta-feira. Entre as exigências vistoriadas pelos servidores, destacam-se a oferta de métodos de higienização a clientes e trabalhadores, a situação dos banheiros e o plano de distanciamento para as pessoas que circulam no local. A prefeita deverá receber o relatório de análise sanitária no início da próxima semana.

Na segunda-feira, dia 15, data em que os permissionários deveriam voltar às bancas, o Diário Popular esteve no local e conferiu que existiam torneiras estragadas, falta de papel toalha e apenas cerca de 12 dispensers de álcool gel espalhados pelo prédio. Já no dia da vistoria, a gerência informou que 35 equipamentos com o produto estavam disponíveis aos trabalhadores e consumidores. Um dos banheiros também estava interditado, porém no dia da fiscalização, segundo a Ascom, todos estavam em pleno funcionamento. A reportagem tentou contato com gerência do Pop Center para entender as últimas modificações, porém não teve retorno até o fechamento desta edição.

Cunha informou, que na última quarta-feira foi aprovado o pedido de providências, feito por ele, para que fosse reaberto o diálogo com a prefeitura, e todos os vereadores presentes na sessão concordaram. “Falei com o líder do governo, vereador Enéias Clarindo (PSDB), para que ele, que concordou com a reabertura do diálogo, agendasse com a prefeita uma reunião com os permissionários que querem continuar fora do prédio para que fosse possibilitado um alvará provisório a eles durante a pandemia”, contou o vereador. De acordo com o pedetista, o líder garantiu terá uma resposta da prefeita sobre a possibilidade de reunir-se com os permissionários.

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