Caminhada pede respeito à diversidade religiosa

Umbandistas promoveram ato neste sábado no centro de Pelotas para chamar atenção ao direito à livre manifestação de crenças e cultos

Carlos Queiroz -

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Bará do Povo foi recebido por umbandistas e percorreu ruas do centro até o Mercado Público (Foto: Carlos Queiroz - DP)

Foi uma clara demonstração de devoção e união de religiões. Cerca de cem umbandistas e adeptos de diferentes cultos afro-brasileiros se reuniram na manhã deste sábado (26) na segunda edição da Caminhada Contra a Intolerância Religiosa. Eles percorreram ruas do centro de Pelotas levando cantos, orações e pedidos de respeito não só às suas crenças, mas a todas as religiões.

O grupo se concentrou cedo no Altar da Pátria para receber o Bará do Povo. O orixá é considerado pelos umbandistas como um guardião das encruzilhadas capaz de detectar energias negativas e afastá-las. Está no Mercado Público de Porto Alegre desde a fundação do local. O Babalorixá Paulinho Xoroquê explica que a imagem trazida a Pelotas foi adquirida a partir de doações espontâneas da população e será levada ao Mercado Público de Salvador. Antes disso, no entanto, passou pelo mercado de Pelotas e na próxima segunda deve também ser recebida em Rio Grande.

Para a liderança religiosa da capital, a caminhada e as celebrações no centro de Pelotas pedem mais do que tolerância. “Não somos um copo de bebida ruim que as pessoas precisem tolerar. Tudo o que nós africanistas precisamos é de respeito às nossas tradições. O que temos visto é o aumento de ações de outras religiões e de autoridades contra nossa fé e nossos rituais”, lamenta Paulinho Xoroquê.

Exemplo

Uma das formas encontradas para simbolizar o respeito tão cobrado pelos cultos de matriz africana foi a passagem pela Catedral Metropolitana São Francisco de Paula. No local, babalorixás se uniram ao padre Luiz Boari para orações de ambas as religiões. “O sagrado não tem fronteira. Essa manifestação é legítima, mesmo que diferente daquilo que nós cristãos acreditamos. Mas há um princípio humano fundamental que é o respeito”, destaca o sacerdote.

“Nossa vinda à Catedral é para mostrar que há essa consideração e ao padroeiro da cidade e que não há razão para esse crescimento de manifestações de preconceito contra a umbanda”, avalia o Babalorixá Juliano Silva, um dos coordenadores da caminhada.

O evento continua até às 18h com apresentações de dança, conversas e visitação aos orixás no Mercado Público. Os organizadores estão arrecadando doações de alimentos não-perecíveis para o projeto Barriguinha Cheia.

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