Ajuda

Caminhada pelo Fica Ahí reúne comunidade em apoio ao patrimônio

No mês da Consciência Negra, ato levou dezenas de pessoas ao centro de Pelotas; direção do clube pede ajuda para pagar dívida

Foto: Carlos Queiroz - DP - Comunidade se reuniu para ajudar o Clube

Por Victoria Meggiato

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A manhã de sábado (4) foi dedicada ao centenário Clube Fica Ahí Pra Ir Dizendo. No mês que se comemora o Dia da Consciência Negra, diversas pessoas se reuniram no Largo Edmar Fetter, no Mercado Central, para uma caminhada em direção ao clube. O ato foi finalizado com um abraço simbólico ao prédio, localizado na rua Marechal Deodoro, que passa por dificuldades. Recentemente, a direção do local pediu ajuda à comunidade para o pagamento de uma dívida de R$ 300 mil adquirida a partir de negociações irregulares feitas pela gestão anterior, que continua em aberto desde antes da pandemia. A atual diretoria da entidade também briga contra a ameaça de ter o prédio leiloado.

O percurso, com saída do Mercado Central, passou pelas ruas Andrade Neves, General Telles e Marechal Deodoro, até a sede do clube. A atual presidente, Tereza Gomes Costa, destacou a importância do ato. "O nosso clube está passando por diversos problemas e nós precisamos do apoio de todos. Essa caminhada tem a intenção de levar ao conhecimento da comunidade o problema pelo qual estamos passando e, ao mesmo tempo, pedimos a ajuda de todos, tanto moral como financeira.”

O vice-presidente, Daniel Amaro, também salientou a relevância da caminhada não só para o clube, mas para a população negra de Pelotas. "Esse clube completou 102 anos e essa caminhada é uma pauta que vem motivando e tentando sensibilizar o judiciário para o futuro processo de leilão do prédio. [...] É para tentar sensibilizar não somente o judiciário, mas toda a comunidade da importância desse grande clube", afirmou.

No mês de novembro, em que é comemorado o Dia da Consciência Negra, o clube irá promover uma série de programações culturais e convida a população para participar.

Importância para a cidade

Em 27 de janeiro de 1921, foi criado o Cordão Carnavalesco Fica Ahi Pra Ir Dizendo, feito para os festejos do carnaval, como um dos blocos negros de Pelotas. A iniciativa, que inicialmente tinha foco no carnaval, acabou persistindo e se tornando um clube social, sendo um dos primeiros da comunidade negra da cidade no início do século 20.

O clube possui uma história cultural e fortifica a formação de uma sociedade negra voltada à confraternização com festas, jogos, chás e outras comemorações. Reconhecido como Clube Social Negro patrimônio Pelotense, o Clube Cultural Fica Ahí é uma forte referência para a cidade e região. A entidade foi tombada como patrimônio cultural do Estado, em 2012, e do Município, em 2013.

Presente na caminhada, o Secretário de Cultura Paulo Pedrozo afirmou que o ato serviu para conscientizar sobre a importância do Clube Fica Ahí. "Esse tema que a gente está abordando aqui, no mês da Consciência Negra, é para que as pessoas se mobilizem e ajudem. Um clube que tem uma grande história para a nossa cidade, um dos únicos clubes negros que resistiu ao longo do tempo, e nós não podemos deixar o Fica Ahí fechar", ressaltou.

Como ajudar

Com objetivo de receber ajuda da comunidade, o clube criou uma vaquinha para quem quiser contribuir, além de também estar aceitando doações através da chave pix.

Vaquinha: www.vakinha.com.br/4112779

Píx: [email protected]

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