Os participantes do concurso feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para preencher vagas no cargo de técnico-administrativo continuam esperando uma resposta oficial sobre o pedido de anulação do certame. O Ministério Público Federal (MPF) acredita que até sexta-feira (18) o processo sofrerá mais um despacho final. Na manhã desta quarta ocorreu o sorteio de desempate dos candidatos que ficaram com o número de acertos iguais, conforme previsto no edital. A Reitoria da UFPel acredita que nos próximos dias será divulgada a lista com os nomes e as colocações de cada candidato.

Após os esclarecimentos recebidos da Universidade, o MPF encaminhou uma série de recomendações à instituição, sendo uma delas a de anular mais uma questão, pois duas já haviam sido anuladas. Esse pedido foi acatado e a pergunta 38 foi invalidada. No momento, o MPF está analisando as respostas das sugestões oferecidas, para então chegar na decisão final.

De acordo com o procurador da República, Max Palombo, a UFPel está disposta a adaptar, a partir das próximas seleções públicas, os rascunhos disponibilizados durante as provas. Esse ponto também foi questionado pelos candidatos em suas denúncias, que alegaram que terceiros poderiam ter acesso às respostas.

Para a candidata, e uma das denunciantes, Nubiane Bilhalva, o sentimento até o momento é de frustração. A sensação dos requerentes é que foi atestada que a isonomia do concurso foi ferida, e que daqui para frente será diferente, mas não foi levado em conta o processo que eles passaram. "Parece que pro futuro será modificado, mas esse que aconteceu foi ferido e azar", completou.

No último dia 10, havia sido divulgada a lista preliminar de candidatos classificados. A UFPel informa que reconhece os equívocos quanto à elaboração de algumas questões, e pretende redobrar os cuidados nos próximos concursos, buscando não cometer os mesmos erros. As recomendações do MPF estão sendo acatadas, visando este e os próximos certames.

Relembre
No dia 4 de setembro, pelo menos cinco denúncias foram formalizadas no MPF acusando plágio no certame. Em função desses acontecimentos, a seleção pública gerou desconfiança por parte dos candidatos. Os requerentes argumentaram que a utilização das perguntas já existentes poderiam possibilitar o favorecimento de alguns candidatos, além de demonstrar a falta de organização do certame.

No dia 19, A UFPel prestou os devidos esclarecimentos, informando que algumas das questões foram adaptadas a partir da bibliografia indicada, e outras duas, a 30 e a 40, a semelhança delas com as de outros concursos foi reconhecida, e por consequência foram anuladas. No documento que foi apresentado, ainda constam todos os procedimentos de segurança tomados pela instituição em concursos públicos, e é garantido que a banca não tem acesso ao gabarito.

O concurso foi realizado no dia 1° de setembro, e recebeu 6.258 inscrições para preencher seis vagas no cargo de técnico- administrativo em educação.