Saúde

Cannabis para fins medicinais está liberada

Os produtos poderão conter no máximo 0,2% de THC

Divulgação -

Entrou em vigor na última terça-feira (10) a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que libera a fabricação, a importação e a comercialização de produtos derivados da Cannabis para fins medicinais, podendo auxiliar no tratamento de inúmeras doenças, como por exemplo as que causam convulsões.

O produto estará disponível em farmácias e drogarias. Para obter o fármaco será necessário uma prescrição médica e o produto poderá conter no máximo 0,2% de THC. Mais que essa quantidade só será permitida para pacientes terminais que já tenham esgotado todas as formas de tratamento. Em Pelotas, a liberação ainda é uma grande novidade para as farmácias. A reportagem esteve em seis farmácias da área central e nenhuma possuía nenhum medicamento com a fórmula.

De acordo com um gestor de um dos estabelecimentos, nenhuma informação ainda foi passada. Ele informa que diante de qualquer lançamento os representantes vão até os locais, apresentam a novidade e depois o novo produto é encomendado. Caso alguém necessite do medicamento e vá até lá com a receita em mãos, o procedimento adotado, segundo ele, será encaminhar o cliente para a gestão de estoque. Por lá, será possível identificar se existe alguém fabricando, para então haver a encomenda.

Quem acompanha cada passo desse avanço é Sidnei Garcia. O filho dele, Rafael, de apenas nove anos, sofre com a síndrome de Williams e autismo severo. Até maio do ano passado, Garcia, que hoje dedica integralmente seu tempo para cuidar do filho, precisava presenciar cenas que nenhum pai gostaria: convulsões extremas, que muitas vezes acarretavam em crises de agressividade. "Quando um pai está naquela situação ele é capaz de fazer qualquer coisa para o bem do seu filho", disse.

A realidade mudou quando Rafael passou a utilizar o THC. Acontece, que no caso dele os 0,2% não são suficientes, assim como para uma série de pessoas. A família compra a medicação da Associação Brasileira Cannabis Esperança (Abrace), único local autorizado pela Justiça Brasileira a cultivar definitivamente plantas ricas em CBD e THC para fins medicinais. Desde que o pequeno iniciou com a medicação os resultados foram evidentes: mais paciência, menos raiva e maior coordenação motora. A família investe cerca de R$ 800,00 na medicação que dura em torno de três meses e garante que os resultados são os melhores. "É muito fácil julgar quando não se passa pela situação", desabafou o pai, referindo-se a inúmero comentários que já ouviu referentes a utilizar a cannabis para o tratamento do filho.

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