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Casa Vida pede ajuda à comunidade
Centro que abriga familiares de pacientes, de várias cidades do Estado, já atendeu mais de 2,5 mil pessoas
Jô Folha -
A Associação Casa Vida atua há mais de dez anos, em Pelotas, acolhendo pacientes e acompanhantes de outras cidades que estão em tratamento de saúde por aqui. Mas desde o início da pandemia a instituição viu as doações diminuírem. E para seguir oferecendo os serviços a moradores de diferentes regiões do Estado, a organização pede ajuda para a comunidade. Até hoje mais de 2,5 mil pessoas já foram atendidas.
Em 2009, a assistente social Palmira Jaques e o coordenador José Bitencourt Neto tiveram a iniciativa de criar a ONG, após as vivências diárias no trabalho. Quando era criança, Palmira Jacques, 59, precisou ir a São Paulo para realizar tratamento de um problema cardíaco. As dificuldades enfrentadas pelos pais, com relação aos gastos e estadia, virou então uma das motivações para que a Casa Vida se tornasse realidade. "Na minha formação eu fiz estágio em um hospital. Lá, eu vi que a realidade que passei continuava a mesma: pais que ficavam desalojados, familiares que vinham do interior e não tinham onde ficar e todos os gastos com alimentação", relata a assistente social.
A iniciativa surgiu em Pelotas, mas atualmente já está presente em diversas cidades do Rio Grande do Sul, como Bagé, Rio Grande e Santa Maria. A estrutura inclui a disponibilização de leitos, quatro refeições diárias, atendimento social, psicológico e de advocacia para pacientes e acompanhantes de outras cidades. Durante o tratamento, a Casa Vida também fornece auxílio material, como alimentação por sonda, fraldas geriátricas, bolsa de colostomia, medicamentos e cestas básicas. Além de espaço aberto para esclarecimentos e angústias.
De acordo com Deivid Cardoso, que atua no marketing da instituição, para seguir oferecendo este serviço à região, a Casa Vida depende de doações da comunidade. "A pandemia deu uma intensificada na diminuição e agora, com aumento dos preços dos alimentos, as doações diminuíram mais ainda. Antes as pessoas compravam para si e deixavam algo aqui e agora as pessoas também têm dificuldades para comprar para si e naturalmente diminuem nossas doações", conta Deivid.
Além de fornecer o serviço para aqueles que vêm de outros lugares, a Casa Vida também oferece serviços para a população pelotense em situação de vulnerabilidade e que está em tratamento de saúde. Segundo a coordenadora, em torno de 30 famílias estão cadastradas e recebem cestas básicas com alimentos que também saem das doações. "Todo dia 28 do mês, tem cesta. Às vezes mais cheia, às vezes não, mas a gente sempre tenta entregar alguma coisa, porque já faz uma diferença. Este mês nós estávamos triste porque estava faltando feijão para fechar as cestas e tivemos que dar uma seguradinha para entregar. Está difícil" ressalta Deivid.
Com isso, Palmira incentiva a comunidade a realizar doações e conhecer a Casa Vida. "Nós sabemos que a realidade financeira não está fácil, mas se puder doar um quilo de açúcar, um pacote de café ou um litro de leite ou dinheiro em espécie. Convidamos que vocês conheçam a nossa instituição. A Casa Vida se mantém pelas comunidades, se não fossem os doadores nós não existiríamos", finaliza.
Tranquilidade para momentos difíceis
Segundo a coordenação, durante o mês cerca de 30 pessoas são abrigadas no local. "Eles me acolheram com muito amor e carinho, não estou na rua e tenho onde dormir, eu falo para o meu marido que é como se eu estivesse em casa". O relato é de Rosimeri Leal, 54, moradora da cidade de Cristal, que se deslocou a Pelotas após o marido sofrer um infarto e precisar realizar uma ponte de safena. Ela destaca que encontrou a Casa através das redes sociais, quando procurava por um local que pudesse lhe apoiar nesse momento.
E o melhor: ter recebido o acolhimento é uma forma de tranquilizá-lo. "Ele tá tranquilo porque eu estou abrigada, não estou desamparada". A dona de casa ainda incentiva as doações. "Eu peço que as pessoas doem, porque de pouquinho em pouquinho a gente se une e se torna um monte", pontua.
Outra pessoa que também tem contado com o suporte da Casa Vida é Gilnei Leal, 54. O empreendedor reside em Capão da Canoa, mas veio a Pelotas acompanhar o pai que mora em Cristal e precisou realizar uma cirurgia na Santa Casa. "Ele já está aqui há quase 50 dias e nesse tempo eu e meus irmãos estamos nos dividindo e todos ficamos aqui", afirma e elogia a estrutura do local. "É um lugar bem aconchegante. Estou sendo bem tratado, temos liberdade e tenho comida boa. Que bom que a gente pode contar com uma casa de apoio".
Ao conversar com o Diário Popular, Gilnei estava há duas semanas em Pelotas e ainda ficaria por mais uns dias. Uma retaguarda fundamental para este período. "No começo a gente pensou em ficar em uma pensão. Depois, nós vimos os custos e ia ser um gasto, porque tu deixa de trabalhar, de estar com a tua família para estar aqui e gastando. Então, a Casa é uma mão na roda", compartilha o empreendedor.
Como ajudar?
Quem quiser ajudar a Casa Vida, pode fazer doações em alimentos ou em dinheiro.
Endereço: rua General Osório, 883
Pix - pelo CNPJ: 11.177.339/0001-84
Para receber acolhimento, suporte psicológico ou jurídico e também doações:
Vá até a Casa Vida e se cadastre
Telefone: (53) 3028-1990
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