Um cavalo adoecido foi recolhido pela prefeitura na manhã de ontem no loteamento Dunas, bairro Areal. Deitado na via desde a manhã de domingo, o animal não apresentava condições de se levantar. Segundo relatos de vizinhos, tratava-se de uma égua e não era utilizada para trabalho. Pelo mau estado, o equino foi encaminhado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde chegou já sem vida.

O caso acende novamente a questão sobre o atendimento prestado pelo município em urgências e sobre o problema enfrentado por protetores aos finais de semana, se há a necessidade do serviço. A Brigada Militar (BM) acompanhou a situação junto com a assessoria da vereadora Cristina Oliveira (PDT), ligada à causa animal. Um termo circunstanciado foi lavrado no local.

Ainda na tarde de domingo, protetores se articularam nas redes sociais para cobrar o recolhimento, o que só aconteceu ontem.

Plantão não funciona
Conforme informações da prefeitura, existiria um plantão para o recolhimento de animais aos finais de semana. No entanto, é exigido um laudo atestado pela Patrulha Ambiental (Patram) ou pela Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) sobre o estado de saúde do animal. A exigência acaba por inviabilizar o recolhimento, por não haver disponibilidade dos órgãos em realizar o laudo. O recolhimento é de responsabilidade de um terceiro órgão - no caso, a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI).

Esta também foi uma das reivindicações durante o protesto na última sexta-feira, em frente à prefeitura. A manifestação foi motivada pela morte de um cavalo na avenida Adolfo Fetter ao longo da última semana. Ele morreu de exaustão. Os protetores e as entidades pedem mais atenção da atual administração para os casos. "Se acontece isso num final de semana ou depois das 18h, é um caos conseguir ajuda", lamenta a protetora Cristiane Borges. Ela critica a falta de boa vontade das autoridades.

"Animal era bem tratado"
Foi no final da manhã de domingo que o animal começou a apresentar problemas. Pai do proprietário, Celso Farias comenta que o cavalo estava com a família desde quando tinha seis meses de idade. Em janeiro, começaram a domá-lo para montaria. Todos os vizinhos ouvidos pela reportagem atestaram que o animal era bem cuidado pela família de Celso. Muitos deles, inclusive, buscaram ajuda de diversos veterinários ainda no domingo, o que não foi possível.

"Eu tô aqui com sacolas de remédio, a gente fez tudo o que podia", lamentava Celso, apegado ao animal. Sem nenhum tipo de sombra, no domingo ele estacionou um veículo e puxou um sombrite sobre a égua. A cada pouco, levava um balde e, com a ajuda de outros vizinhos, dava água, comida e alguns remédios ao equino, que tinha cerca de dois anos e meio de idade.

Operação apreende três cavalos na Z-3
Uma operação conjunta entre órgãos municipais apreendeu ontem três cavalos na Colônia de Pescadores Z-3. A operação foi planejada em uma recente reunião com moradores da comunidade, que relataram preocupação com acidentes que possam envolver crianças ou veículos. Os animais foram encaminhados à hospedaria municipal.