Crise
CEEE atrasará os salários de setembro
Funcionários e aposentados da estatal foram avisados por e-mail a respeito do atraso nos pagamentos; em Pelotas, 194 trabalhadores serão afetados
Infocenter -
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) informou nesta quarta-feira. 27, que irá atrasar o pagamento dos salários dos servidores da CEEE Distribuição (CEEE-D) e aposentados da companhia. O depósito, antes previsto para sexta-feira, será realizado somente no dia seis de outubro. A companhia analisava desde agosto a possibilidade de não conseguir quitar a folha até 30 de setembro.
Os funcionários e aposentados foram notificados sobre atraso através de e-mail. A medida atinge 2.451 empregados ativos da CEEE-D e 726 aposentados, números que correspondem ao total de funcionários no Estado. Em Pelotas, de acordo com a assessoria de imprensa da companhia, 194. De acordo com o diretor-presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, "o pagamento deverá ser efetivado conforme a disponibilidade de caixa, portanto, não temos como definitivo este procedimento para os demais meses."
A respeito da crise na estatal, o presidente busca explicar: "Esta situação da CEEE Distribuição corresponde a dificuldade conjuntural da empresa que vem tendo uma redução bruta em sua arrecadação de, aproximadamente, 25% em função da migração de consumidores cativos para o mercado livre e pela conjuntura econômica recessiva, ambos os fatores, comuns ao setor de distribuidoras em nível nacional."
Rudimar Rangel, colaborador do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul) de Pelotas informa que o sindicato é contrário ao atraso nos pagamentos. O sindicalista cita a Companhia Riograndense de Mineração e Corsan que, assim como a CEEE, enfrentam a ameaça de privatização ou federalização. "O governo pega toda a arrecadação e repassa para o caixa único, devolvendo somente um resto para a empresa", afirma.
A companhia é dividida em duas empresas diferentes: a CEEE-GT (Geração e Transmissão) e a CEEE-D. Em 2016 a CEEE-GT teve um lucro de R$ 916 milhões, contra prejuízo de R$ 527 milhões da CEEE-D. Uma das possibilidades levantadas por sindicatos e lideranças políticas contrárias à privatização é que a CEEE-GT passe a arcar com a folha. Para a delegacia da Senergisul na cidade, a alternativa não deve se concretizar. "É um governo privatista que não está pensando nisso", diz Rudimar.
Para os afetados pelo anúncio o momento é de preocupação. "Os funcionários ficaram muito apreensivos. Primeiro é o atraso, depois pode vir parcelamento. Começou assim com os professores do Estado", pensa Cristian Brião de Lima, 40, do setor administrativo em Pelotas. Apesar disso, afirma que a notícia é muito recente e a categoria ainda não se mobilizou. "Por enquanto não tem muito transtorno. Mas se houver paralisação, pode atrapalhar os serviços", conclui.
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