Problema

Cenário de falta de energia continua afetando a Zona Sul

Moradores de diferentes municípios relatam inúmeras dificuldades e prejuízos para realizar funções básicas da rotina

Foto: Divulgação - Em manifestação, moradores bloquearam a BR-293 no quilômetro 33

Uma semana após a passagem do ciclone extratropical, a falta de energia elétrica continuou sendo motivo de indignação da população na Região Sul. Na tarde desta quarta-feira (19), um protesto de com cerca de 50 moradores de Morro Redondo bloqueou a BR-293 no quilômetro 33. Em Pelotas, residentes do Fragata fecharam parte da rua Frontino Vieira. Além disso, a população do interior de São Lourenço do Sul também aponta a mesma situação.

Conforme a estimativa da CEEE Equatorial, até o final da tarde desta quarta, na Zona Sul, ainda havia 3,8 mil clientes sem eletricidade, sendo 150 em Morro Redondo. Entretanto, o prefeito Rui Brisolara (UB) aponta que no Município o número de pessoas sem luz é maior. "Eles ligam a rede e dizem que todo mundo foi atendido e na verdade continua um monte de gente sem luz", argumenta.

Há uma semana às escuras, os moradores realizaram uma manifestação na localidade da Capela da Buena, com o propósito de mobilizar equipes de manutenção. "Queremos uma resposta da Equatorial. Até agora nenhuma equipe veio aqui e estamos sem água também. Parece que ninguém está nem aí para a nossa situação", reclama a moradora Camila Neves.

A costureira relata que na região os residentes temem o risco de eletrocussão, pois ainda há inúmeros postes caídos e redes elétricas espalhadas pelo chão. "São uns quantos postes quebrados e ninguém passou nem para fazer uma vistoria", afirma. Camila reclama ainda da dificuldade para conseguir realizar uma ligação telefônica para a CEEE e que muitas pessoas que não conseguiram já estão sem bateria nos celulares. "É uma humilhação muito grande para gente ter que vir implorar por uma coisa que até três dias seriam toleráveis", diz.

Os cerca de 50 manifestantes interromperam a pista da BR-293 durante toda a tarde de ontem. O trecho só foi liberado quando um gerente regional da empresa afirmou que um caminhão de manutenção iria realizar o serviço no local. "Vamos aguardar até amanhã [hoje] para ver se o veículo vai fazer o serviço. Caso não ocorra, aí o pessoal vai trancar toda a pista e não vai sair enquanto não aparecer alguém", conta.

O prefeito de Morro Redondo foi um dos gestores que esteve em Porto Alegre reivindicando melhor atendimento da CEEE na Zona Sul. Após a reunião a empresa teria prometido aumentar o efetivo de veículos para a manutenção na região, no entanto, conforme Brisolara, isso não ocorreu na cidade. "Tudo balela, não veio nada a mais. Ontem veio um caminhão, fizeram umas 30 casas, não deu meia hora de serviço e foram embora".

O prefeito afirma ainda que em razão dos prejuízos causados a produtores rurais e a parte da população idosa, assim como quem depende de eletricidade para cuidados de saúde, ele irá acionar o Ministério Público Federal. "E vamos, nos próximos dias, procurar a Anaael porque não dá, imagina que cada evento climático é esse sofrimento aí, não tem como".

Pelotas
Em Pelotas, as mobilizações seguem ocorrendo há três dias diretos. Assim como em Morro Redondo, moradores do Fragata fecharam parte da rua Frontino Vieira com galhos e entulhos em chamas. De acordo com a moradora Luciara Damasceno, o problema no local não é a falta de atenção da CEEE, mas sim o atendimento ineficiente. Ela relata que após manutenção nas redes as residências estão sendo abastecidas com 340 volts. "Não tem como ligar nada porque vai explodir tudo, eles vêm e não acham o problema". A costureira conta ainda que após o serviço, diversos vizinhos tiveram aparelhos elétricos danificados. "Tem gente que geladeira pegou fogo, televisão queimada", menciona.

Ainda sem luz e com despesa
O interior de São Lourenço do Sul é mais um local em que os moradores alcançaram a marca de uma semana sem energia elétrica. Para quem depende da eletricidade para trabalhar, a única alternativa está sendo investir em geradores. Esse é o caso da comerciante Lizandra Ludtke, que para manter o seu empreendimento alimentício funcionando e evitar prejuízos, gasta cem litros de óleo diesel diariamente. "É bem difícil, desde quarta-feira ligado, são gastos R$ 500 por dia para manter o empreendimento funcionando".

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