Alerta

Centro de Atendimento Infantojuvenil acolheu 320 crianças e adolescentes em 2023

Centro é destinado para atendimento de vítimas de violência; números do último ano são considerados altos

Foto: Rodrigo Chagas - Ascom - Espaço foi inaugurado em 2022 e atende junto à UPA do Areal

Escuta protegida. Essa é uma das principais definições do trabalho realizado no Centro de Referência de Atendimento Infantojuvenil (Crai) em Pelotas. Pouco mais de um ano depois de sua inauguração, o Centro encerrou o ano de 2023 com 320 atendimentos, número considerado alto pelos responsáveis pelo serviço. O público alvo do serviço são crianças e adolescentes, de zero a 18 anos, vítimas ou testemunhas de violência sexual e física intrafamiliar.

Um dos objetivos do Centro é unificar os diversos procedimentos necessários para vítimas de violência, buscando evitar a revitimização dessas crianças e adolescentes. “A gente consegue dar um suporte maior, fazendo com que essa vítima não precise reviver essa situação tantas vezes, que é um dos nossos principais objetivos. Temos essa preocupação de fazer a escuta protegida, que é repassada para a rede de proteção. E, se houver necessidade de relatar novamente com a vítima, que seja com uma abordagem que ela não seja exposta e reviva o fato novamente”, exemplifica a coordenadora do Crai, Flávia Noguez.

O Centro, que fica dentro da UPA Areal, abrange o acolhimento das vítimas e seus responsáveis, avaliações clínicas, boletim de ocorrência, perícias do Instituto Geral de Perícias (IGP) e encaminhamentos ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público (MP) quando necessário. O trabalho em rede, que conta com assistente social, psicólogo e apoio de toda a equipe médica da própria UPA, é destacado pela coordenadora. “Somos um serviço integrado entre saúde, delegacia e IGP. Além da nossa porta de entrada, já recebemos encaminhamentos da delegacia, do Conselho Tutelar, de escolas e até da própria UPA”, resume Flávia.

Números elevados

No contexto pelotense, a implementação do Crai beneficiou a agilidade do atendimento. Antes da unidade no Município, o centro de referência indicado era em Porto Alegre. A relevância também se reflete em números: desde setembro de 2022, quando inaugurado, o Centro já recebeu 400 crianças e adolescentes. Na avaliação da enfermeira da equipe de apoio técnico da Rede Materno Infantojuvenil (Remi), Caroline Lopes, o número é considerado alto. “Se comparado com Crais de outros locais, é um número bem alto. Isso é bom e ruim. É bom porque são situações em que antes as crianças ficavam soltas e sem escuta. Mas é ruim porque existe essa violência”, pondera.

Caroline complementa que os atendimentos também podem ser agendados e encaminhados por outros pontos da própria rede de proteção municipal. No entanto, em alguns desses casos, ocorre o não-comparecimento, o que indica que podem existir ainda mais crianças e jovens que possivelmente vivem situações de violência e não buscaram atendimento.

Para acessar o serviço

No Crai, o atendimento ocorre em dias úteis, das 8h às 17h, na UPA Areal (avenida Ferreira Viana, 2.231), que funciona 24 horas. Quando o Crai não está atendendo, a UPA presta o primeiro atendimento de saúde. “A UPA também é referência para atendimento a pessoas vítimas de violência sexual independentemente da idade”, ressalta Caroline. Os atendimentos são feitos por livre demanda, agendados por telefone, e-mail e presencial. Denúncias de suspeita de violência também podem ser encaminhadas ao Disque 100.


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