A previsão do tempo para Pelotas e região é de chuva até o próximo domingo. A chuva que começou no fim da tarde desta quarta-feira (29), com a chegada de uma frente fria do Uruguai, deve "estacionar" no Rio Grande do Sul, explicam os especialistas, antes de se dissipar para outras regiões. A Defesa Civil alerta para "perigo potencial" de rajadas de vento e queda granizo, com baixo risco de descargas elétricas.

Nesta quarta já houve registro de chuvas na fronteira e em pontos isolados de Pelotas, conforme apontou o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (Cpmet/UFPel). "As precipitações devem aumentar entre amanhã e sexta-feira e continuam até domingo, quando tendem a diminuir", projeta a meteorologista Elisabeth Signorini.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as temperaturas devem ficar entre 13ºC e 20ºC durante os dias chuvosos. As condições do tempo podem variar entre nublado e com chuvas. Na sexta, no sábado e no domingo a região deve ter alta nebulosidade.

Risco potencial
A previsão feita pela coordenação regional da Defesa Civil indica perigo potencial. "No aviso que recebemos do INMET, pode haver chuvas de 30 a 50 milímetros todos os dias, ventos intensos entre 40 e 60 quilômetros por hora e queda de granizo. Esta é a previsão para todo o Estado", informa o coordenador regional, coronel Rodrigo Dutra.

Ainda de acordo com o informe do INMET, é baixo o risco de corte de energia elétrica, estrago em plantações, quedas de galhos de árvores e alagamentos. A Defesa Civil vai monitorar a situação nos próximos dias.

Em caso de rajadas de vento, a Defesa Civil orienta as pessoas a não se abrigarem embaixo de árvores em função do risco de descargas elétricas e quedas. Outra dica é não estacionar o veículo próximo a torres de transmissão, árvores ou placas de publicidade. Em caso de tempestade, a orientação é evitar o uso de aparelhos eletrônicos ligados na tomada.

Chuvas atrapalham e beneficiam na agricultura
Com análises semanais das horas de frio e condições climáticas para a produção agrícola, o engenheiro agrônomo do Emater Evair Ehlert vê lados positivos e negativos de um inverno com chuvas classificadas por ele como "dentro da normalidade".

Para a recuperação de mananciais e reservatórios de água, as precipitações foram favoráveis. Evair cita o exemplo do plantio de arroz irrigado, beneficiado pelo volume das chuvas para estas áreas. No entanto, nos locais preparados antecipadamente para o plantio o excesso de chuvas pode atrapalhar o planejamento inicial. "Pode prejudicar na época ideal para a semeadura", analisa.

Na pecuária, as áreas de pastoreio nativos estão em boas condições para o gado de corte. O problema são as áreas cultivadas. Com a grande umidade, o solo acaba ficando com muito barro e há danos nas plantações de pastagens. Esta umidade também provoca excesso de barro para os produtores de leite, o que tem provocado medidas paliativas para evitar o lamaçal no acesso aos locais de ordenha. Evair relata que criadores de cordeiros também enfrentam dificuldades com o nascimento de animais em períodos de muitos dias chuvosos, como os que vêm a seguir.

Há problemas também na floração das fruteiras. Conforme o engenheiro, produtores de pêssego já estão realizando tratamento nos cultivares, prejudicados neste momento de frutificação pela grande umidade. "A chuva também atrapalha os produtores que preparam áreas para o cultivo da soja para correção do solo com calcário", exemplifica Evair.