Mau tempo

Chuva já ultrapassa a média histórica do mês

Laranjal foi o bairro mais prejudicado pela tempestade; desde a noite de quarta-feira Pelotas já acumulou 113,5 milímetros de precipitação

Paulo Rossi -

As chuvas dos últimos três dias castigaram os moradores de Pelotas, especialmente os que vivem na praia do Laranjal. Desde a noite de quarta-feira (11) a cidade já acumulou 113,5 milímetros de precipitação, superior à media histórica do mês de outubro, de 100,7 milímetros, de acordo com a Embrapa. Nos próximos dias o tempo deve ficar firme, mas a instabilidade deve retornar na próxima quarta-feira.

Um dos pontos mais críticos de alagamentos no município fica na praia do Cedrinho, na Colônia Z-3. Flávia Rodrigues, moradora do local, teve a casa invadida pela água na tarde de quinta-feira. O volume só baixou à noite, mas, antes disso, chegou a molhar os colchões da residência.

O Pontal da Barra, no Laranjal, ficou ilhado por algumas horas entre a quinta e a sexta-feira. A estrada que leva ao local ficou totalmente interditada por conta da lagoa, que avançou. Na sexta à tarde o pedido dos moradores era para que o acesso de carros ao lugar só fosse feito se houvesse extrema necessidade. A súplica é justificada devido ao péssimo estado da estrada. Esta, inclusive, é uma reivindicação dos moradores. "Nós só queremos que arrumem essa estrada", pediu Rosa, dona de um mercado no Pontal. Sem acesso, as famílias ficam sem a prestação de serviços básicos como, por exemplo, recolhimento de lixo e atendimento de ambulâncias.

Também no Laranjal, a avenida Espírito Santo estava inacessível em alguns pontos. Na esquina com a rua São José do Norte, Fábio Sacco estava há 24 horas sem conseguir tirar o carro da garagem. O alagamento no local é bastante comum. Segundo Fábio, o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) vai até lá e realiza a limpeza necessária, mas a solução permanente para o problema nunca vem.

A avenida faz parte do caminho de Luciara Rocha, entre a parada do ônibus e a sua casa. Quando chove, ela precisa sair de casa de galochas porque sabe que vai acabar com os pés na água. "Isso aqui tá cada vez pior", desabafou, referindo-se ao volume de água no meio da rua e nas calçadas.

Segundo a Defesa Civil, apenas uma família precisou sair de casa. Os estragos foram maiores na parte elétrica. Ainda de acordo com o órgão, mais de 20 pessoas reclamaram de aparelhos eletrônicos estragados nos últimos três dias.

O que diz o Sanep
A autarquia manteve plantão em tempo integral no feriadão para resolver os problemas decorrentes da chuva, afirmou o diretor-presidente Alexandre Garcia. A Casa de Bombas, o Departamento de Drenagem e equipes de intervenção nas ruas estão trabalhando no escoamento da água e na desobstrução da tubulação.

Sobre a situação da praia, Alexandre informou que a licitação para a compra de uma bomba nova já foi feita. O lixo mal descartado é outro responsável pelos problemas de escoamento. "Nós estamos limpando os canais, mas precisamos da ajuda da população", pediu o diretor-presidente.

Trégua
Neste sábado pela manhã ainda deve chover cerca de dois milímetros, mas à tarde o tempo fica firme, com a temperatura variando entre 12ºC e 21ºC. No domingo e na segunda-feira o sol aparece entre nuvens e não chove. Para terça-feira está prevista chuva fraca à tarde e à noite. Na quarta-feira são esperados 55 milímetros de precipitação.

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