#CaminhosDoLixo

Coleta de lixo percorre 60 mil quilômetros por mês

Município investe mais de R$ 15 milhões por ano para planejar, operacionalizar e fiscalizar o serviço que é essencial em Pelotas

Engana-se quem pensa que o trajeto dos resíduos gerados em casa termina quando eles são descartados na calçada ou dentro de um contêiner. Na verdade, este é o início de um longo caminho percorrido pelo lixo na cidade, para o qual um amplo e complexo sistema de coleta é necessário. O Sanep investe mais de R$ 15 milhões ao ano _ cerca de R$ 1,26 milhão por mês _ para planejar, operacionalizar e fiscalizar todo o processo de recolhimento dos resíduos sólidos domiciliares e, ainda, dos recicláveis, dos serviços de saúde e do óleo saturado de cozinha.

São cerca de 60 mil quilômetros rodados todos os meses pelas equipes para executar o serviço na cidade e na colônia, incluindo as atividades de fiscalização e de limpeza dos contêineres. O número também é expressivo quando se trata de pessoas envolvidas para atender os mais de 340 mil habitantes do município: 250 funcionários dedicados ao trabalho diariamente. A atenção ao setor faz com que hoje 100% da zona urbana e 60% da rural sejam alcançadas pelo recolhimento de resíduos domiciliares. "São números relevantes considerando um estudo produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública em 2018, que aponta que das 79 milhões de toneladas de resíduos geradas no Brasil, apenas 90% foram coletadas. Destas, somente 59,5% receberam a destinação adequada aos aterros sanitários", registra o coordenador do departamento responsável na autarquia, Edson Plá Monterosso. Para atender as diferentes realidades, localidades e características dos lixos, o Sanep diversificou a coleta em quatro formatos.

Coleta orgânica é feita de porta em porta

A modalidade é responsável pela maior quantidade de resíduos recolhidos no município, destinada especificamente para a coleta do lixo orgânico gerado nas residências. São cerca de cinco mil toneladas coletadas por mês em 27 regiões da cidade e da colônia. De acordo com a diretora-presidente do Sanep, Michele Alsina, aproximadamente R$ 700 mil são investidos pela autarquia mensalmente para manter o serviço e nove veículos são utilizados exclusivamente para o trabalho, que conta com a atuação de 73 pessoas, entre coletores e motoristas.

850 contêineres: locais com grande fluxo contam com coleta diferenciada

O formato foi idealizado para priorizar as regiões com maior concentração populacional. Atualmente, 850 contêineres estão distribuídos na zona urbana _ especialmente no Centro, onde o fluxo de pessoas aumenta durante o dia. Guabiroba, Lindóia e Pestano também fazem parte deste formato de coleta. São 1.400 toneladas recolhidas, em média, por mês, demandando um investimento de R$ 380 mil. A disposição dos contêineres leva em conta a zona de abrangência de cada ponto e permite o descarte de resíduos orgânicos a qualquer hora do dia. "O local considera a demanda de geração de resíduos (maior em condomínios e edifícios), locais de estacionamento de veículos, paradas de ônibus, entradas de garagens e a legislação de trânsito, pensando em otimizar o percurso", acrescenta Monterosso. Atividade fundamental neste formato de coleta é o rescaldo, que recolhe o lixo que esteja ao redor dos contêineres, preparando-os para a coleta. O serviço engloba a higienização das calçadas e das estruturas _ um caminhão específico para a lavagem interna e externa dos contêineres é usado.

Coleta seletiva alcança toda a cidade

Implantada na década de 90, ampliada nos anos 2000 e expandida para mais 19 regiões no ano passado, a coleta dos resíduos recicláveis alcança 100% das casas em Pelotas _ 80% com o formato de porta em porta e o restante por meio da coleta agendada, representando um grande incentivo para a separação do lixo. A abrangência fica na contramão do cenário nacional, considerando que apenas 22% dos municípios brasileiros realizam o recolhimento dos materiais com potencial de reciclagem, segundo a Pesquisa Ciclosoft, feita em 2018 pela associação Compromisso Empresarial para Reciclagem. Os materiais são destinados a seis cooperativas de reciclagem vinculadas ao Sanep.

Coleta específica para resíduos dos serviços de saúde

Pelotas conta com um trabalho de coleta específico aos resíduos dos serviços de saúde, que demandam um cuidado especial para seu recolhimento, tratamento e destinação final. Cinco toneladas deste tipo de materiais infectantes são coletados todos os meses em 68 centros de saúde gerenciados pelo Município. Unidades Básicas de Saúde, a UPA Areal e o Pronto Socorro são exemplos de locais que recebem este tipo de recolhimento diferenciado, seguindo as normas ambientais.

Resíduos e coletas em tempos de pandemia

No final de março, época em que as primeiras medidas de contenção do vírus na cidade começaram a ser adotadas, o Sanep alterou os dias e frequências das coletas para diminuir o número de equipes nas ruas e preservar a saúde dos coletores. A mudança de rotina, com distanciamento social indicado pelas autoridades de saúde, também refletiu na forma de consumir e gerar resíduos na cidade. De janeiro a abril _ mês em que o comércio esteve fechado até dia 23 e apenas serviços essenciais foram mantidos _ a diminuição da quantidade de lixo pôde ser sentida em todas as modalidades de coleta, exceto na de resíduos dos serviços de saúde, que teve crescimento no período.

• Coleta do lixo orgânico de porta em porta: janeiro - 5 mil toneladas > abril _ 4,3 mil (-14%)
• Coleta do lixo orgânico em contêineres: janeiro _ 1,4 mil toneladas > abril _ 1,2 mil (-16%)
• Coleta do lixo reciclável: janeiro _ 277 toneladas > abril _ 155 (-44%)
• Coleta dos resíduos dos serviços de saúde: janeiro _ 4,7 toneladas > abril _ 6,1 (+30%)

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