Prevenção

Começam as tratativas por um Centro de Valorização da Vida

Encontro nesta terça, no auditório da Reitoria do IFSul, reuniu instituições que debateram sobre a prevenção ao suicídio

Gabriel Huth -

O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode voltar a atuar em Pelotas. Uma reunião na manhã desta terça-feira (12), no auditório da Reitoria do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) deu o toque inicial para a articulação, que deve envolver diversas entidades e instituições ligadas à saúde pública e mental. O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos que busca a prevenção do suicídio e presta apoio emocional de forma gratuita e voluntária para qualquer pessoa que precise de escuta.

As conversas são por telefone, e-mail, chat 24 horas por dia. É possível também acessar o serviço pelo número 188, através da parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS). As ligações também são gratuitas para qualquer telefone, fixo ou celular.

"É um momento que a pessoa se abre, fala sobre assuntos que não tem coragem com outros conhecidos, até amigos, com a garantia que será ouvida e seus sentimentos poderão ser externados sem julgamentos", disse, durante a palestra, a coordenadora regional de expansão do CVV, Nilsa Madsen. Ela atua há mais de dez anos num centro em Porto Alegre e, além de relatos de experiências com atendimentos, passou dicas de como implementar um centro em Pelotas, principal motivo do encontro.

A reunião foi organizada pelo Núcleo de Promoção e Prevenção em Saúde (Nupps) do IFSul Campus Pelotas e pelo Sinasefe. Participaram também a Secretaria de Saúde, o Corpo de Bombeiros e representantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), de hospitais e entidades religiosas envolvidas com a questão da saúde mental.

Iniciativa local
A ideia começa a ganhar forma através da enfermeira Maria de Fátima Farias, servidora do Campus Pelotas. Ela lembra que a cidade já contou com o CVV há cerca de dez anos. "É preciso envolver diversos atores, prefeituras, secretarias, entidades, porque é um trabalho conjunto. O suicídio é um problema de saúde pública", manifesta. O contato com o Centro de Valorização da Vida começou no ano passado.

Em seu trabalho de especialização de mestrado sobre estratégias de prevenção ao suicídio, Maria de Fátima elabora um protocolo para profissionais atuarem em situações do tipo. "Também estamos fazendo um guia de orientação para toda a comunidade, que será distribuído em todos os 14 campi do IF-Sul", conta. Para isso, o Nupps também tem o apoio da Reitoria do instituto.

Hoje o IF conta com auxílio psicológico para estudantes sobre a questão escolar. No entanto, Maria de Fátima relata que estão surgindo muitos casos de automutilação e tentativas de suicídio, o que ligou um sinal de alerta na administração da instituição. Ela reforça que o CVV não substitui um atendimento profissional, no entanto pode contribuir com toda a comunidade através do canal. "O lema é a escuta incondicional, atenta, sem preconceitos, sem julgamentos. É escuta e apoio emocional", define.

A CVV
Fundada em São Paulo no ano de 1962, é uma instituição sem fins lucrativos, filantrópica e reconhecida como de utilidade pública federal. São mais de 2,5 mil voluntários, atuando em mais de 90 unidades em todo o Brasil. Em 2018, mais de 2,5 milhões de pessoas fizeram contato com o Centro. Para 2019, a estimativa é alcançar três milhões. Mais informações sobre o trabalho podem ser obtidas no site cvv.org.br.

Estatísticas
- 1 pessoa comete suicídio no Brasil a cada 45 minutos
- 1 pessoa comete suicídio no mundo a cada 40 segundos
- 17% da população brasileira já pensou seriamente em tirar a própria vida, segundo estudo da Unicamp
(Fonte: CVV)

Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?
- Centro de Atenção Psicossocial
- Unidades Básicas de Saúde
- UPA
- Samu 192
- Pronto-Socorro
- Hospitais
- Centro de Valorização da Vida - 188 (ligação gratuita)

(Fonte: Ministério da Saúde)

 

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