Quem passa pela avenida Duque de Caxias já percebe o aumento na movimentação nas floriculturas e no Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula. Na manhã desta quarta-feira (31),  familiares já compravam flores e realizavam uma limpeza de sepulturas para o feriado de finados, na próxima sexta-feira (2). Para as floriculturas, a data representa um ponto alto nas vendas do ano. Para os familiares, é hora de lembrar do ente querido e uma forma de valorizar os antepassados.

Além do trabalho cotidiano de limpeza no cemitério no Fragata, a equipe aumentou na última semana para dar conta de todo o trabalho. Hoje, novas lixeiras devem ser instaladas no local. A medida, explica o diretor Marco Antônio Cunha, é devido ao grande movimento esperado de familiares que costumam fazer a limpeza e organizar os jazigos para o feriado.

“A limpeza é feita normalmente durante o ano, mas nesta semana a gente intensifica justamente pela data”, explica. Marco também lembra da programação especial montada para esta quinta-feira (1º). Uma estrutura foi montada num dos pátios internos do cemitério para receber as missas e cadeiras estarão dispostas para o público. Um saxofonista também foi contratado para se apresentar ao longo do dia.

Do lado de dentro do cemitério, diversos visitantes e funcionários trabalhavam na limpeza de velas e flores. Próximo ao túmulo da cigana Terena, duas amigas faziam pedidos e agradeciam por graças alcançadas. Entre elas, comentavam: “Isso aqui é um museu a céu aberto. Tem estátuas aqui que são verdadeiras obras de arte”.

Comércio fortalecido
Na calçada e do lado de fora do cemitério, comerciantes já se preparam e aumentam os estoques para a data. Na Banca da Shirley, por exemplo, a última encomenda foi mais que o dobro das semanas anteriores. “É a nossa aposta do ano. Todo mundo vende bem porque, indepentemente de crise, é um momento especial para as pessoas”, acredita o comerciante Roni Souza, que ajuda no negócio da sogra.

O preço médio de buquês de crisântemos e rosas, tipos mais vendidos, custam R$4,00. Em 2018, conta o comerciante, preço das flores teve pouca variação. A banca está há mais de 40 anos comercializando flores no local. Há também uma grande variedade de flores de plástico.

Em outras bancas, o aumento estimado nas vendas é de 30%. Caso da Floricultura Muller, que trabalha há 32 anos nas proximidades do Cemitério São Francisco de Paula. Olindo Francisco Muller conta que começou a trabalhar no local com oito anos, vendendo flores que ficavam presas às grades da necrópole. “A gente mantém o preço fixo ao longo do ano. Aqui temos três funcionárias que trabalham os 12 meses conosco”, disse, citando que as bancas extras, com liberação da prefeitura, devem atuar nas laterais do quarteirão.

Lembrar e homenagear
O casal Ari Vasconcellos, 82, e Maria da Luz Santos, 67, compravam crisântemos para os jazigos para familiares. Além de familiares no cemitério no Fragata, o casal também já comprava flores para homenagear outros entes em outras cidades. “A gente vem sempre todo ano no finados e em outras épocas pra conferir como estão os jazigos”, comenta seu Ari.

Para Maria Elisa da Hora, 37, o momento é de lembrar dos familiares. Ela comprava flores para a sogra, que faleceu há cerca de seis meses, e para o pai, que perdeu ainda na infância. Maria Elisa também vai ao local todos os anos e comprava flores com a mãe. A escolhida: os clássicos crisântemos.

Programação de missas no Cemitério São Francisco de Paula

9h – Capelão Fabiano Xavier Almeida

10h – Frei Clóvis Armani

15h – Padre Mathias Lenz

16h – Padre Wilson Fernandes

Durante todo o dia haverá apresentação de saxofonista.