Precariedade

Comunidade da Z-3 reclama de falta de infraestrutura de ruas

Com desníveis que beiram meio metro de profundidade, camadas densas de barro acumuladas e lodo, trafegar nas vias se tornou desafio

- Alguns buracos apresentam riscos para os moradores

Lama acumulada, buracos de diversos tamanhos e profundidades. Esse é o cenário das ruas da Colônia Z-3, em Pelotas. A precariedade da infraestrutura das vias tem causado inúmeros transtornos aos moradores da localidade. Alguns têm que enfrentar no portão de casa o lodo escorregadio e, alguns metros depois, os alagamentos causados pelos desníveis. Os pescadores reclamam de um suposto abandono da região em períodos fora da safra de camarão e de novos problemas causados após manutenções executadas com aterro.

A previsão do tempo indicando que os próximos dias devem ser marcados pelo retorno da chuva no Município é motivo de preocupação para a comunidade. Isso porque, se as condições das vias já são de calamidade, com ocorrência de qualquer precipitação a situação fica ainda pior.

Percorrer a rua Ignacio Moreira Maciel é um desafio. Para transitar na principal via da Colônia é necessário ter cuidado com o lodo que se estende por boa parte de sua extensão e torna a superfície escorregadia. Além disso, outro obstáculo são os buracos, que não deixam de ser problema nem mesmo onde circula o transporte coletivo. Pelo contrário: há pontos com aproximadamente 50 cm de profundidade.

Um dos moradores teve que colocar uma contenção improvisada de madeira em frente ao seu portão para que a lama não invada o pátio. No entanto, para sair de casa não há alternativas além de atravessar no barro. "Isso faz tempo que está assim, quando chove não dá para sair, só de bota, já estou acostumado", declara Nadir Balduzzi. Já o pescador Nilton Sabino ressalta que o estado das ruas piorou depois do ciclone, mas que, no entanto, os problemas são frequentes. "A nossa comunidade está toda assim. A Z-3 inteira está atirada", reclama.

Aterro piorou situação
Conforme os moradores, os buracos sempre foram ocorrências constantes. Entretanto, após uma manutenção das estradas com a colocação de aterro, a situação piorou consideravelmente. O que antes eram apenas desníveis mais superficiais se tornaram depressões maiores, assim como o acúmulo de densas crostas de barro que se formaram por várias vias, causando atolamentos. "É uma vergonha para quem mora na rua principal, onde passam os ônibus. Eles colocam aterro, aí chove, a areia sai e acontece isso, lodo e barro", ressalta a pescadora Adriana Gomes.

Nos muros e portões das residências é possível notar as marcas de lama que são jogadas quando os veículos passam. Além disso, outra reclamação é que, conforme a recuperação é feita com a utilização de aterros, as casas ficam em níveis cada vez mais baixos em comparação com as ruas. "Ninguém mais passa, tem que ser se pendurando na beira dos muros porque não dá para passar no meio da rua. Os carros atolam e as pessoas caem na rua, escorregando no lodo", conta.

Moradora da Z-3 há mais de 30 anos, uma vizinha de Adriana reforça a queixa. Segundo ela, a atenção à localidade só melhora quando há evento ou visita política. Apontando para o buraco que chega a altura de seus joelhos, a pescadora ressalta que as condições sempre foram ruins, mas que agora estão péssimas. "É tudo junto e misturado: buraco, barro, sujeira, não tem condições. Toda a colônia está assim, estamos totalmente abandonados, eles só vêm em eleição".

Problemas de drenagem
Conforme argumenta o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR) e vice-prefeito, Idemar Barz (PSDB), a Colônia Z-3 recebe serviços permanentes de manutenção das vias. No entanto, por ser uma área plana e com solo arenoso, haveria dificuldades de drenagem natural. Conforme o gestor, poucos dias antes do ciclone extratropical, quando foram registrados mais de 150 milímetros de precipitações, a SDR havia colocado material de reforço nas vias com mais curvas, onde se formam bolsões de alagamentos. Entretanto, esse material não teria se mantido na superfície diante da ocorrência de chuvas fortes e trânsito.

"Na localidade, não é possível elevar a altura do leito das vias. Se assim fosse feito, a água da chuva invadiria as moradias. Trata-se de uma área muito peculiar, onde a manutenção tem que ser constante", diz. Barz afirma ainda que novas intervenções serão desenvolvidas assim que o tempo estiver firme e o solo seco.

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