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Conclusão da Ponte do Costa divide piratinienses

Término da nova estrutura é imprescindível para Piratini, mas para que isso ocorra a rodovia de acesso ao município precisa ser interditada por dois meses

Paulo Rossi -

O objetivo entre todos aqueles que moram em Piratini é ver a nova Ponte do Costa concluída. Dúvidas surgiram em recente audiência pública realizada na Câmara de Vereadores da cidade sobre como serão os próximos passos da obra, quando serão construídas as cabeceiras de acesso à nova ponte. As preocupações, antes destinadas à realização da obra, agora se voltam a uma possível interrupção total de trânsito por dois meses - o período seria necessário para o aterramento e pavimentação.

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) busca, junto com a empresa terceirizada para a obra, um projeto que contemple justamente esta reivindicação. A empresa trabalha, neste momento, na conclusão destes projetos para apresentar ao órgão responsável por intervenções em rodovias estaduais. A interrupção, que poderia durar dois meses, seria entre novembro e dezembro deste ano.

Conforme divulgou um portal local de notícias, chegou-se a montar uma comitiva para negociar o adiamento da conclusão. As obras chegaram a paralisar entre outubro de 2018 e agosto de 2019, quando houve outra mobilização política para destravar o andamento da intervenção na ERS-702.

A nova ponte foi projetada com mão dupla e possui uma extensão de 149 metros. Ela irá substituir a antiga, que só permite a passagem de um veículo por vez no mesmo sentido. Com orçamento superior a R$6,3 milhões, a construção fica a cargo da empresa Traçado Construções e Serviços, de Erechim, no norte do Estado.

“Na minha opinião quanto mais rápido, melhor. Esta ponte já era para estar pronta”, opina o barbeiro Pedro da Silveira Gonçalves, 78 anos. Inaugurada em 1935, a atual estrutura, armada em ferro, apresenta restrições de peso e altura, além de causar acidentes, comenta Gonçalves, e arremata: “queremos ver ela pronta”. 

Adiamento contraria interesses municipais

A possibilidade de adiamento ou de pausa nas obras foi apresentada durante a audiência pública. Empresas do ramo de transportes de estudantes e até mesmo o ônibus que faz a linha Piratini/Pelotas poderia ficar prejudicada pelas más condições da via, que não comporta trânsito pesado. A falta de estrutura da Estrada do Alfaiate, opção de trajeto alternativo, também prejudicaria caminhões de carga, modal utilizado para o escoamento da produção primária do município. 

A interrupção é rechaçada pelo prefeito Vitor Ivan Gonçalves Rodrigues (PDT). Ele afirma que uma paralisação até o final do ano vai contra o interesse da comunidade, que tanto lutou pela obra. “Fora de cogitação. O que buscamos é a possibilidade de tráfego durante a execução das cabeceiras”, resume o trabalhista.

A Estrada do Alfaiate é um acesso secundário sem pavimentação por cerca de 25 quilômetros. O problema são os percalços apresentados pelo caminho alternativo. Na última semana, com as chuvas, uma ponte de madeira ficou submersa. “Já participamos de mais de 30 audiências para que houvesse a obra. Uma demanda antiga, de 30, 40 anos que hoje entra nesta contradição”, disse. 

Uma comitiva de Piratini deve se reunir com o secretário estadual do Transportes, Juvir Costela, nesta quinta-feira (24) para tratar do assunto. O grupo quer manter o trânsito na ponte antiga até a conclusão da nova estrutura.

Dúvidas e preocupações

Se a ponte estiver interrompida e houver acúmulo de chuva, a cidade ficaria ilhada. Este é o principal argumento entre aqueles que veem com receio a possível interrupção do acesso principal. Casos de urgência e emergência em saúde e até mesmo o abastecimento do comércio são pontos que preocupam empreendedores ligados à Associação Comercial e Industrial de Agropecuária e Serviços (Acias) e à Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) temem que a interrupção possa prejudicar a cidade, caso se confirme. 

Roger Morales, presidente da Acias e da CDL, diz que o grupo tem dúvidas sobre o período das obras, como vai funcionar e se haverá a interrupção. “A preocupação é com situações envolvendo saúde, o abastecimento da cidade nos meses finais do ano, quando há mais movimento. A nossa vontade é que houvesse um esclarecimento para o impacto não ser tão intenso”, declarou. 

O projeto das cabeceiras deve ser entregue em até dez dias ao Daer. “Faltam alguns detalhes para termos a definição exata. Estamos trabalhando na proposta de não haver interrupção de trânsito”, explica o supervisor regional do Daer, engenheiro Jorge Oleques Júnior. 

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