Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) avança no segmento de acordos acadêmicos para intercâmbio de estudantes. Para iniciar o próximo semestre, chegam no Município cerca de 130 alunos estrangeiros. Entre eles, pela primeira vez, haverá estudantes chineses. O caminho contrário também ocorre. Somente na graduação, mais de 20 universitários locais terão Portugal e Colômbia como destinos para diferentes períodos de estudos.

Regularmente acordos de Mobilidade Acadêmica Internacional são firmados entre a UFPel e diversas. Essas parcerias fomentam novos aprendizados nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação, além da troca de experiências e tecnologias. Atualmente, estão em vigência acordos de cooperação internacional com 30 países.

Conforme a coordenadora do Departamento de Relações Internacionais da UFPel (CRInter), Renata Bielemann, as colaborações geralmente são iniciadas por docentes, sejam eles por interesse de representantes da universidade ou de outras instituições de ensino. A prática contempla alunos de graduação e pós-graduação. Somente em 2022, a CRInter trabalhou na formalização de 32 parcerias de cooperação acadêmica internacional. Recentemente foi assinado o termo de acordo com a universidade chinesa Suse.

A instituição pública do sudoeste da China procurou a UFPel para a realização do intercâmbio entre os alunos dos dois países devido aos cursos de línguas que são ofertados. "Fomos procurados pelo setor de língua estrangeira da Suse, que tem alguns cursos de licenciatura em comum, sendo um deles Português", conta Renata. Os alunos ficaram em Pelotas durante o período de um ano, já a UFPel poderá enviar estudantes assim que a China reabrir a fronteira e voltar a receber estrangeiros.

Experiência na Mobilidade Acadêmica
Formado recentemente no curso de Relações Internacionais, Eriovan Toledo, 27, aproveitou o último ano da graduação, em 2022, para fazer um intercâmbio por meio da Mobilidade Acadêmica. Durante seis meses, de fevereiro a junho, o estudante da UFPel residiu na Colômbia, onde cursou disciplinas e fez estágio na Universidade Santo Tomaz.

Ele conta que durante a estadia no país a maior dificuldade foi em relação ao método de avaliação da universidade, que é bem diferente do da UFPel. "É mais puxada porque lá as notas são separadas por cortes, então a cada mês tem provas e seminários, mais as atividades semanais", explica. Mas o internacionalista ressalta que teve auxílio dos professores durante todo o período.

Além disso, Toledo é coordenador do programa Amigo Universitário, projeto em que alunos da UFPel se inscrevem para auxiliar estrangeiros em diversos aspectos de adaptação. Participando da iniciativa desde 2018, ele destaca que a experiência de conviver com alunos de diversos países é muito enriquecedora. "Fiz muitos intercâmbios sem sair de Pelotas e do Brasil. Porque eu vivia junto com eles, ajudava e a grande maioria vira uma amizade." O Amigo Universitário é uma ação que beneficia os dois lados, pois presta uma ajuda muito necessária aos novos alunos e contribui para que os participantes possam praticar outras línguas e aprender sobre novas culturas.

Com isso, Eriovan Toledo teve uma ótima recepção na Colômbia, pois as pessoas que ele auxiliava em Pelotas ajudaram ele no país. "Foi muito legal porque muitos dos meus amigos que souberam que eu ia chegar foram me receber no aeroporto", conta.

Desinteresse pela América Latina
"As pessoas acham que intercâmbio é só na Europa e Estados Unidos e não pensam na América Latina", observa o internacionalista. Toledo, que também trabalha na CRInter, diz que surgem diversas bolsas e oportunidades de Mobilidade Acadêmica para países vizinhos do Brasil, mas, no entanto, o interesse é baixo. "Espanha e Portugal são sempre os mais buscados", comenta.

Para exemplificar as novas experiências que estudantes podem ter fazendo um intercâmbio para países Latinos, ele conta que durante o período que esteve na Colômbia, além de espanhol, ele conseguiu praticar francês e inglês. "Não sabia que tinha tantos franceses lá."

Ao contrário dos brasileiros, os latinoamericanos de outros países têm o Brasil como o destino mais procurado para a Mobilidade Acadêmica. "Todos que vêm acabam ficando ou voltam para os seus países e depois voltam", cita Toledo.

Para acompanhar a divulgação de bolsas e oportunidades de intercâmbio através da UFPel, é preciso acessar o site: wp.ufpel.edu.br/international/ ou Instagram: @ufpelinternational.