Energia elétrica

Consumidor terá alívio com queda na conta de luz

O resultado é que o custo da energia vai passar R$ 3,00 para R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh)

Flávio Neves -

Um pequeno alívio ao bolso do consumidor. Em uma maré de preços altos, a conta de luz, considerada uma vilã para a população, apresentará queda este mês por causa da mudança de bandeira tarifária - da vermelha para a amarela- emitida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O resultado é que o custo da energia vai passar R$ 3,00 para R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh).

A norma entrou em vigor ontem e já é bem vista pelos pelotenses. Daiane Quevedo, 33, é proprietária de um salão de beleza há oito anos e espera que a medida amenize o orçamento apertado. De 2014 para 2016 ela sentiu no bolso o reajuste da energia elétrica. Descontente com os gatos, relata que em novembro de 2014 pagava cerca de R$ 125,00, já em janeiro de 2015 passou a desembolsar cerca de R$ 365,00. Este ano não foi diferente e no último mês a conta chegou a R$ 435,00 - o consumo de quilowatts-hora no salão diminuiu, porém o valor continuou alto por causa da tarifa vermelha e dos impostos. Sem alternativas, ela optou por aumentar os valores de seu serviço e mudar os hábitos. Daiane obrigou-se a cortar gastos com o serviço de TV a cabo e internet.

Morador do bairro Areal, Alvacir Abreu, 59, também teve que se adaptar. Antigamente o montante gasto mensalmente era de R$ 80,00 e hoje chega aos R$ 200,00. Para poupar, abriu mão do aparelho de ar-condicionado.

Entenda
Uma família consome em média 300 kWh por mês - é o que a Daiane gasta em seu salão. Com a bandeira amarela o consumidor irá poupar cerca de R$ 5,00 ao mês - tendo em vista que o consumo a cada 100 kWh custará R$ 1,50. Nos meses anteriores o cliente pagava R$ 3,00. A mudança para a bandeira tarifária verde no próximo mês deverá resultar em uma redução média de 7% na conta de luz, segundo a Aneel. Ou seja, Daiane gastava cerca de R$ 400,00 por mês e com a medida poupará no ano R$ 336,00.

Se o montante é considerado baixo para muitos, pode ser decisivo para indústrias e setores de grande porte. Um exemplo disso é o Serviço Autônomo de Abastecimento de Água de Pelotas (Sanep). Segundo o diretor-presidente Jacques Reydams, não estava previsto pela autarquia gastos exorbitantes com o consumo de energia. A alta foi de cerca de R$ 9 mil ao ano. O Sanep desembolsa em média R$ 730 mil por mês, quando projetava pagar apenas R$ 380 mil mensalmente em 2015 - valor referente a conta do mês de dezembro de 2014. Com a redução de 7% da bandeira verde, a autarquia deverá pagar em média R$ 8,1 milhões ao ano, em vez de R$ 8,7 milhões. Reydams alega que está redução irá apenas amenizar os prejuízos no déficit que ficou no orçamento dos meses anteriores.

Valor pago pelo consumidor
Todo produto passa por uma série de etapas até chegar ao consumidor final. Neste valor estão inclusos impostos, preço da matéria prima, mão de obra, entre outros fatores. E a energia faz parte deste montante. Conforme o presidente do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), Ricardo Michelon, o aumento significativo do valor da energia elétrica impacta negativamente a indústria. Segundo ele, não se esperava um aumento tão grande nestes últimos meses. A indústria vem perdendo competitividade com uma carga tributária inaceitável e demais custos de produção. "Obviamente que se buscam saídas e neste caso, energias alternativas, mas isso também requer muito investimento e tempo", declara.

O Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas) também não possui uma visão favorável para o preço cobrado hoje pelo serviço. Mesmo com o desconto de 7% no mês vem, o consumidor final não deverá notar redução no preços, já que este ano o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi reajustado em 5%, o que praticamente anula as mudanças de bandeiras tarifárias, alega o presidente do Sindilojas, Gilmar Bazanella.

Energias alternativas
Também entraram em vigor ontem as novas regras da resolução que estabelece o Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Através desse sistema é possível que o consumidor instale pequenos geradores como painéis solares e microturbinas eólicas em sua casa, podendo trocar a energia com a distribuidora local, reduzindo os gastos com energia elétrica.
(*) Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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