Uma história de mais de 51 anos está prestes a acabar. A creche Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro Fátima, poderá encerrar suas atividades em dezembro deste ano. A escola é mantida por uma parceria entre a Prefeitura de Pelotas e a Sociedade Assistencial Nossa Senhora de Fátima (Sansfa). De acordo com a instituição, a verba liberada não é mais suficiente para manter os custeios básicos, como os salários dos funcionários.

Em 2018, a verba oferecida à instituição era de R$ 183.887,00. Em 2019 foi reduzida para R$ 168.546,00, ou seja, o valor mensal passou de R$ 15.323,00 para R$ 14.045,00. Esse dinheiro é utilizado para pagar os salários, encargos sociais e conta de luz e telefone. "A gente está economizando de tudo que é lado", diz a diretora pedagógica, Cinda Farias.

Em janeiro deste ano, o diretor-geral da Sansfa, padre Ivo Kuhn, enviou à Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) uma carta informando a atual situação da instituição e propondo um fortalecimento dessa união. O documento sugere o aumento de recursos humanos e financeiros da prefeitura com a creche, aumentando os direitos do município na instituição. "Estamos fazendo de tudo para não fechar a creche", ressalta o religioso.

Em resposta, a Smed enviou uma carta, em abril, se dizendo preocupada com a realidade da creche e informando que a parceria só poderia seguir através da junção de esforços. Também comunicou que não haveria possibilidade de auxiliar alocando funcionários. Por fim, afirmou que se a situação não melhorasse ao longo do ano, não seria possível formalizar um novo termo entre a municipalidade e a mantenedora.

Na tarde desta quarta-feira (2), a Assessoria de Comunicação (Ascom) da prefeitura informou ao Diário Popular que alunos de zero a três anos serão realocados para a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Navegantes - que está em fase de acabamento de obras - e à Escola Municipal José Lins do Rego. E os de quatro anos irão para a Central de Matrículas e serão distribuídos de acordo com as vagas disponíveis. Também tramita uma denúncia no Ministério Público (MP), que já chamou a mantenedora para explicar a situação. A creche abriga 44 crianças entre dois anos e quatro anos, 11 meses e 29 dias de idade.