Saúde
Cuidados com um público particular
UBSs estão contando com profissionais qualificados para atendimentos a adolescentes
Carlos Queiroz -
A adolescência é uma fase muito particular da vida, com dores e delícias extremamente próprias. E estão dentro destas propriedades questões relativas à saúde, como doenças sexualmente transmissíveis, gravidez, alcoolismo. Ser atento a este público é o objetivo do Acolhimento Referenciado a Adolescentes, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que disponibiliza um profissional qualificado para este cuidado nas Unidades básicas de Saúde (UBSs) do município.
A coordenadora do programa Saúde na Escola, Jacqueline Dutra, explica que o projeto nasceu da necessidade de corrigir falhas de estratégias relacionadas ao cuidado com os adolescentes do município. “Esse público não costuma procurar muito o serviço de saúde, por não adoecer com facilidade. Mas, ao mesmo tempo, demanda atenção muito específica em relação a situações de risco, como gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), uso de drogas. A falta de orientação familiar, da escola e das UBSs atrapalha o trabalho de prevenção.”
A partir da detecção das falhas, pensou-se em formas de unir estas três frentes em um único trabalho, em busca do acolhimento. Começou aí o processo de capacitação de profissionais, escolhidos pelas próprias UBSs por já terem certo perfil para trabalhar com adolescentes. Nela, foi elaborado um material impresso, chamado de Guia de Saúde do Adolescente, e se iniciou peregrinação pelas escolas, fazendo contato com os jovens e se colocando à disposição para o atendimento nos postos.
Na UBS Sanga Funda, cujos atendidos representam um público predominantemente rural, quem participou da capacitação foi a técnica em enfermagem Tânia Borges. Para ela, a experiência foi positiva no sentido de buscar a aproximação entre as unidades de saúde e as escolas. “Qualquer problema que ocorre na escola, o posto terá acesso e vice-versa. É bom porque são dois órgãos que têm contato com coisas que às vezes a família acaba não tendo. Vamos servir como apoio”, comenta.
A enfermeira do local, Etiane Oliveira, entretanto, salienta que a UBS Sanga Funda já trabalha com o acolhimento a adolescentes, assim como a todos os públicos. “O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) diz que ele pode ser atendido sem os pais a partir dos 12 anos. Mas ainda são poucos os que agem assim.”
De acordo com Tânia, o principal público que será beneficiado com o projeto é o de meninas que precisam de orientação relacionada à gravidez e às DSTs. “Normalmente elas vêm sem saber como tomar anticoncepcional, sem saber a importância da camisinha. Fazemos esse tipo de instrução.”
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