Vida
CVV de Pelotas inaugura nova sede com 23 voluntários
O atendimento, pelo telefone 188 é gratuito e sigiloso, e está disponível 24 horas por dia
Foto: Volmer Perez - DP - Centro fica na avenida Domingos de Almeida, ao lado da Igreja Imaculada Conceição
Por Anete Poll
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O Centro de Valorização da Vida (CVV) está em nova sede, em Pelotas. Localizada na avenida Domingos de Almeida, 3.731 - ao lado da igreja Imaculada Conceição -, a Unidade tem hoje 23 voluntários, que atuam 24 horas por dia, em rede, nacionalmente. Cada voluntário trabalha por quatro horas.
O novo espaço foi cedido pela Mitra Diocesana. Conforme a presidente da Navipel, mantenedora do CVV, Maria de Fátima Rosa Farias, o serviço é prestado exclusivamente por voluntários. “Não temos nenhum tipo de patrocínio”. Durante a pandemia, o serviço continuou no formato online, parando apenas os atendimentos presenciais.
A Unidade atende cerca de duas mil pessoas por mês. Em âmbito nacional, são dez mil ligações diárias. “Atendemos todo tipo de chamada: depressão, ansiedade, bullying, qualquer tipo de problema que a pessoa esteja passando, nós atendemos. O CVV acredita que a primeira escuta já vale como prevenção ao suicídio” ressaltou. “Se a pessoa for acolhida naquele primeiro momento, provavelmente não vai chegar ao ponto de pensar em suicídio. Por isso consideramos que a primeira escuta é fundamental na prevenção”.
Fátima frisou que quando as pessoas ligam para o CVV elas sabem que ali tem um voluntário que vai atender sem julgar, sem direcionar. Que vai atender de acordo com a vivência dela, do sentimento dela, do ponto de vista do que está sendo falado, sem achar que está exagerando.
Segundo explica a presidente da Navipel, a missão do CVV é que sejamos uma sociedade fraterna, onde o ato de ajudar o outro seja tão normal quanto respirar. E o CVV foi criado justamente para que a sociedade seja fraterna e contribua para o apoio emocional. Foi criado na esperança de que um dia não fosse mais necessário.
“Quando conseguirmos atingir essa sociedade fraterna, quando conseguirmos olhar um para o outro e conversar de acordo com o que está pensando, e não de acordo com o que nós achamos que é melhor para ele, nesse sentido o CVV não seria mais necessário, mas pelo número de ligações que recebemos, acreditamos que ainda seja muito necessário”, observou Maria de Fátima.
Âmbito nacional
No Brasil, o CVV completou 60 anos e 40 milhões de atendimentos. Quando iniciou o trabalho, falar sobre prevenção ao suicídio era algo muito mais complexo do que atualmente, pois os tabus e preconceitos eram maiores e mais difíceis de ser rompidos.
“Nossa história prova que o assunto é relevante e sempre atual”, comenta Carlos Correia, voluntário do CVV. “Nascemos quando a forma de comunicação mais eficiente era o telefone e hoje temos mídias sociais. Passamos por diferentes momentos políticos, econômicos e sociais, vivemos uma pandemia, vivemos desastres naturais ou provocados pelo ser humano e, em todas as situações, nossa essência continua a mesma e as pessoas continuam precisando de apoio emocional e um ambiente seguro para desabafarem”, complementa.
O Centro de Valorização da Vida presta serviço voluntário e gratuito de prevenção ao suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os mais de 3,6 milhões de atendimentos de 2021 foram realizados por cerca de 4,2 mil voluntários em mais de 120 postos de atendimento pelo telefone 188 (sem custo de ligação), ou pelo site www.cvv.org.br, via chat e e-mail.
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