De olho na uva
Dada a largada para a colheita da uva
Com safra acima do esperado, Feira Municipal da fruta acontecerá até o dia 20 de fevereiro
Carlos Queiroz -
A manhã de sexta-feira marcou a abertura oficial da colheita e o início da 12ª Feira Municipal da Uva. Devido à pandemia, o evento não contou com a tradicional visita a uma propriedade como forma de dar a largada da coleta da fruta, o que concentrou a atividade no Largo Edmar Fetter, no Mercado Público. Neste ano, 56 produtores estão envolvidos na produção e comercialização do produto. De acordo com a Emater, a perspectiva é de uma safra 10% maior que a do ano passado.
Apesar da comum presença de pomares em propriedades rurais em Pelotas, ainda são poucos produtores dedicados ao cultivo. A fruta serve como complemento de renda para a maioria dos agricultores, caso do casal Eduardo Scheutzow e Núbia Casari, residentes do 5º Distrito. Com foco no cultivo do morango, a família implementou a produção de uva na última temporada. Ambos avaliam a safra como positiva, uma vez que não houve perdas e as condições climáticas foram favoráveis. Agora, estão empolgados para aumentar a capacidade de produção no próximo ano. "Por ser nossa primeira safra e sermos novos ainda no ramo, esperávamos cerca de três mil quilos. No fim, passou dos quatro mil quilos colhidos", conta Scheutzow.
Por ser caracterizada como uma produção menor, o amadurecimento da fruta aconteceu mais cedo na propriedade do casal, se comparado a outros casos envolvendo um maior território cultivado. Ao primeiro dia de feira, foram levadas frutas da última colheita da safra e o retorno financeiro já foi significativo. "No caso de produtores que possuem a parreira com cinco ou sete anos, por exemplo, eles estão começando agora a colheita. Já nós, por se tratar de parreira mais nova, já colhemos. No caso das mais tardias, elas carregam mais, possuem mais folhas, não bate tanto o sol e não amadurece tanto, diferente do caso da nossa que tem bem menos folha e vem mais rápido", explica Núbia.
Já aposentado, Arnildo Weirich dedicou a vida ao campo. Agora, limita-se a auxiliar na comercialização de uva, em especial na Feira Municipal, atividade que acompanha há cinco anos. "A gente percebe que a safra este ano foi muito boa. Sabemos a situação da seca, mas o tempo sem chuva e de sol traz a doçura da uva. Na época de formação do grão choveu, teve umidade e irrigação, com isso se formou um grão bonito, com cachos cheios e graúdos."
Boas expectativas
Conforme explica o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater Rodrigo Prestes, em Pelotas são cultivadas as chamadas uvas para mesa, dos tipos niágara rosa e branca, que neste ano atingiram 31,5 hectares plantados. Além da uva preta, classificada como para a indústria, utilizada na produção de vinhos e sucos, que conta com 18,5 hectares. Dados do escritório no município apontam que cada um dos produtores colherá uma média de 15 a 20 toneladas por hectare, podendo chegar, em alguns casos, a 40 toneladas.
O extensionista afirma que a expectativa para o ano era grande em virtude das condições climáticas favoráveis. Mesmo com estimativa inicial de aumento de 10% na safra em relação a 2021 (quando ultrapassou 4,5 toneladas cultivadas e vendidas), Prestes prega cautela devido ao risco sempre existente de eventos adversos no período de colheita. "A uva é muito afetada por doenças, então nessa época da colheita, quando tem alta umidade e uma alta incidência de chuva, isso pode ser prejudicial", pondera.
Prestes diz ainda que a Emater tem buscado retomar o envolvimento existente no século passado do produtor com a fruta, uma vez que a uva da região possui diferenças para a trazida da serra gaúcha. "Além da diferença climática entre as regiões, por vendermos direto ao consumidor, o produtor consegue colher mais madura, enquanto as frutas que vêm da campanha devem ser colhidas mais verdes para aguentar a viagem."
Localização de bancas, das 9h às 17h
De segunda a sábado
Largo do Mercado Central
Aos sábados e domingos
Praia do Laranjal - Avenida Doutor Antônio Augusto de Assunção, esquina avenida Rio Grande do Sul, e nas proximidades do trapiche
Duas vezes por semana
- Loteamento Terra Nova (Três Vendas) - dias 7 e 14
- Em frente ao Hipermercado Big (Areal) - dias 8 e 15
- Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira no entroncamento com a avenida Dom Joaquim (Três Vendas) - dias 8, 11, 15 e 18
- Avenida Fernando Osório, na entrada do Lindoia (Três Vendas) - dias 10 e 17
- Avenida Salgado Filho, em frente à Havan (Três Vendas) - dias 9, 12, 16 e 19
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