Relações Exteriores

Dani Dayan não será mais o embaixador de Israel no Brasil

Governo brasileiro rejeitou e movimentos internacionais de apoio à Palestina pressionaram contra a indicação

Após recusa do governo brasileiro, somada a pressão de movimentos internacionais, o governo de Israel anunciou nesta segunda-feira (28) a retirada da nomeação de Dani Dayan como embaixador do país em Brasília. Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu – também ministro de Relações Exteriores de Israel –, Dayan será cônsul-geral do país em Nova York. As informações são do portal Opera Mundi.

O anúncio foi a solução encontrada por Israel para por fim a meses de tensão entre Tel Aviv e Brasília, desde que o governo de Netanyahu anunciou em agosto de 2015 nomear Dayan para a embaixada na capital brasileira. A nomeação foi rejeitada pelo governo brasileiro e rechaçada por movimentos sociais e estrangeiros solidários à Palestina devido à atuação de Dayan como representante de colonos israelenses em território ocupado palestino.

Em comunicado, a vice-ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, parabenizou Dayan, afirmando que sua nomeação “em uma das cidades mais estratégicas” dos Estados Unidos era “uma importante mensagem para o mundo”.

“O Estado de Israel se beneficiará de um representante valoroso que vive nos assentamentos de Judeia e Samaria e vai levar uma mensagem importante de que o Estado de Israel apoia Dani, considerando-o um representante leal e valoroso do Estado”, concluiu.

Em um evento realizado na manhã desta segunda-feira em Jerusalém sobre o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) contra Israel pela ocupação e opressão de palestinos, Dayan admitiu a influência de ativistas do movimento na rejeição do governo brasileiro. No entanto, ele considera sua nomeação em Nova York como um “sucesso” para Israel.

“Aqueles que não queriam um líder de assentamentos como embaixador em sua capital ficaram com um líder de assentamentos na capital do mundo”, declarou. “Então, no fim das contas, esta é uma vitória sobre o BDS.”

De origem argentina, Dayan foi durante seis anos (2007-2013) o presidente do Conselho Yesha, organização que trabalha em prol dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, considerados ilegais pela comunidade internacional, e segue sendo nome importante no movimento pró-assentamentos em terras palestinas. Em entrevista em 2013 na Cisjordânia, Dayan já havia destacado seu papel no grupo de colonos que liderava.

“Temos a missão histórica de recuperar a terra da qual fomos expulsos há dois mil anos. Não somos invasores, como insiste a narrativa árabe, mas os retornados. Essa região é estratégica para a defesa e o desenvolvimento de Israel”, argumentou à época.

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