Estudo

De recrutas a multiplicadores

Idosos hipertensos participam de pesquisa da Escola Superior de Educação Física (Esef/UFPel)

Gabriel Huth -

Eles foram recrutados a participar de uma pesquisa e acabaram virando multiplicadores. Miguel Barros, 69, Side Renê, 70, e Norberto Dolins, 62, terminaram a participação no grupo de um estudo clínico da Escola Superior de Educação Física (Esef), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que quer entender os efeitos de diferentes abordagens de estilo de vida na saúde de idosos com pressão alta, com o sério propósito de entrar para uma academia e não esquecer as regras básicas para quem é diagnosticado com hipertensão arterial. A meta é ajudar o educador físico Eurico Wilhelm a encontrar novos voluntários para ingresso na próxima turma. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo https://www.ufrgs.br/hael/inscreva-se-para-participar/.

Wilhelm, responsável pelo recrutamento e a avaliação, adianta que os interessados têm mais duas semanas para fazerem parte da terceira turma. “O objetivo do estudo é entender qual o benefício de dois tipos de atividades que possam contribuir para a melhora do idoso”, explica. Antes e depois do recrutamento, os voluntários passam por exames.

As turmas são divididas em dois grupos. Um participa do programa de educação para a saúde. Durante três meses, através de encontros realizados uma vez por semana, uma equipe multiprofissional de saúde promove aulas interativas em grupo. Nestes encontros, são abordados vários assuntos relacionados à saúde dos idosos, dos hipertensos, e ao estilo de vida saudável.

O outro entra no programa de treinamento físico, também no período de três meses, quando os participantes realizam atividades físicas três vezes por semana. O programa tem orientação profissional, que em Pelotas teve como responsável Paula Campelo. É importante ressaltar que não há prescrição médica nem alteração na dieta alimentar dos voluntários.

Wilhelm lembra ainda que não há estudos complexos que apontem a magnitude do efeito do exercício físico em hipertensos idosos e sedentários. Como um educador da área, ele aposta que a atividade pode controlar a pressão arterial. Uma vez comprovado o estudo, o professor diz acreditar em novas políticas para a Saúde Pública.

Vida saudável
O militar aposentado Miguel Barros descobriu que tinha pressão alta com 24 anos, mas apenas uma década depois passou a tomar medicamento. A participação em concursos para evoluir na carreira colocou à prova seus hábitos de vida. Com a atividade física limitada, resolveu ser voluntário do estudo e participa de caminhadas. “Minha pressão é de 14 por 9 e já teve dias em que chegou a 12 por 8”, comemorou.

O artista Side Renê não costumava ir ao médico e sempre praticou exercícios físicos. Mas na última década parou e hoje precisa de medicamentos para controlar a pressão. Por isso, resolveu participar do estudo. “Não adianta praticar atividades se abusar do sal. Então, o importante é ser disciplinado.” Ele é o mais empolgado para matricular a turma em uma academia.

Já um panfleto levou o comerciante Norberto Dolins a participar do programa de educação para a saúde, que consiste em apenas palestras. “Sabemos sobre os cuidados que devemos tomar pelo fato de sermos hipertensos. Mas no grupo de estudo aprendemos bastante. É como se fosse um lembrete diário.” O trio recrutado, após o término da pesquisa, se sentiu agradecido pela universidade se preocupar com a saúde da comunidade.

Entenda
O Hael - abreviação de Hypertension Approaches in the Elderly: a Lifestyle Study - é um projeto multicêntrico, parceria do PPG Cardiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e tem como unidade apoiadora a Esef de Pelotas. Os interessados podem ligar para (53) 98406-6314 e (51) 99204-3609.

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