A Defesa Civil de Pelotas colocou uma placa no Trapiche José Marcos Leite Magalhães, na praia do Laranjal, alertando para a interdição da estrutura. O objetivo é deixar a população ciente dos riscos de transitar pelo local, danificado durante temporal em outubro do ano passado.

Parte do Trapiche do Laranjal cedeu com a tempestade, e embora o acesso esteja interrompido desde a inundação, algumas pessoas entram e ficam expostas ao perigo. A parte interna, que desabou, fragilizou a construção inteira, que não está totalmente fixa, afirma o coordenador da Defesa Civil de Pelotas, Paulo Santos. Ele salienta que se não houver uma reforma, o trapiche pode cair.

Um dos pontos turísticos mais famosos do Laranjal, o trapiche atrai muitos visitantes. A comerciante Márcia Mendes Costa, 39, que trabalha ali próximo, conta que muitas pessoas perguntam quando ele será reaberto. Ela também percebeu que, com a nova sinalização da Defesa Civil, ninguém mais ingressa na estrutura, nem mesmo pescadores.

A Associação Comunitária do Laranjal (Asclar) está empenhada na restauração e gestão autossustentável do construção. Por isso solicitou ao Ministério Público Federal ações junto à Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e à Marinha, para revogar a licença concedida ao Valverde Praia Clube, que atualmente administra o Trapiche. O assunto foi discutido na última reunião de diretoria da associação, afirma o presidente Jandir Barreto. A entidade também vem propondo a criação da Secretaria Especial do Laranjal - ao invés de emancipação do bairro - como ferramenta do governo municipal para resolver problemas da praia.

Um dos parceiros nessa ação é o Sindicato da Indústria da Construção e Mobiliário de Pelotas e Região (Sinduscon). A entidade vem reunindo dados sobre a última intervenção realizada no trapiche, em 2012, conta a secretária executiva, Solange Barros Bretanha. Quando todas as informações forem levantadas, elas auxiliarão na criação de um projeto de reforma.

História

- O Trapiche José Marcos Leite Magalhães foi construído na década de 1970 pelo Valverde Praia Clube, que conseguiu com a Marinha a concessão do espaço.
- Inicialmente era um ponto de encontro de pescadores.
- A estrutura tem 530 metros de comprimento, áreas de contemplação com assentos a cada 75 metros e uma casa de 30 metros quadrados para abrigar os visitantes.
- O momento mais crítico desde sua fundação ocorreu em 2001, quando uma ressaca destruiu toda a orla da praia, incluindo o trapiche.
- Empresários se uniram e reformaram a estrutura, que voltou a se deteriorar por falta de manutenção e acabou interditada.