Impasse

Destino dos artesãos é incerto

Comerciantes que costumavam ficar na rua Sete de Setembro agora estão na Rua do Doce, e reclamam da falta de estrutura do espaço

Jô Folha -

Artesãos que costumavam ficar no calçadão da 7 de Setembro, entre as ruas Andrade Neves e General Osório, reclamam do espaço concedido a eles durante as obras de requalificação do Calçadão. Colocados na Rua das Doceiras, próximo à Bibliotheca Pública Pelotense (BPP), dizem que as vendas diminuíram e o espaço é inseguro tanto para eles quanto para consumidores, o que fez as vendas diminuírem bastante desde a mudança, há cerca de três meses. Por isso, nesta segunda-feira (8) tentaram ocupar um espaço no calçadão da Andrade Neves, na esquina da Rua do Doce. A medida, no entanto, foi sem sucesso. Fiscais da prefeitura mandaram retornar ao local pré-determinado.

"Ali é impossível. É desumano. (…) a gente fica chateado. Não merecemos isso", relata a artesã Inês de Almeida, de 65 anos, dos quais grande parte é dedicada à atuação na área. Ela reclama que sua banca tornou-se vizinha de ratos e baratas. Mas o pior é o cheiro de urina, resquícios da noite. "Eu me sinto desprestigiada como pessoa", lamenta. Desde 1993, é na rua que vende seus produtos.

A mudança de endereço afastou a clientela. O trecho é visto como perigoso, e os artesãos consideram que ficaram escondidos dos olhos do público e longe dos consumidores fiéis e dos turistas. Segundo Inês, em um dia na Andrade Neves, as vendas superaram os últimos dois meses na Rua do Doce. Sua colega de profissão, Suelci Lemos Lopes, reclama dos mesmos fatores. "Se eu vendi R$ 70,00 foi muito".

Segundo eles, há a promessa para retornar ao Calçadão da Sete assim que as obras de reforma forem concluídas. No entanto, nem disso é possível ter certeza. O secretário de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGCMU), Jacques Reydams, não garantiu à reportagem a certeza do retorno. "Isso está sendo conversado", explica, dizendo que as questões do espaço ainda dependem de diversos mapeamentos e debates de variadas secretarias da administração municipal, como Secretaria de Desenvolvimento Rural, responsável pelos artesãos, e Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, responsável por comerciantes.

Quanto ao espaço, Reydams diz que a escolha foi paliativa. Admite que a localização é ruim. "As próprias doceiras já são bastante prejudicadas". Após a conclusão das obras, elas ocuparão cerca de 40% da quadra da Sete entre Osório e Andrade Neves. Há a necessidade também de deixar espaço para manobras de veículos. Os artesãos podem ocupar um alargamento de calçada, mas ainda não está certo. Nesta segunda os comerciantes garantiram que no dia seguinte já estariam novamente na Rua do Doce. Reydams explica que outros setores já passaram por transtornos devido às obras, como revistarias, vendedores de crepes e churros. "Eles têm que ficar ali, porque é o que a gente conseguiu. Sabemos que não é o ideal", lamenta.

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