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Deus: negra e periférica

Produção local é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso de alunos do curso de Cinema

Deus é uma mulher negra da periferia. Dessa provocação surge o filme Deus, Trabalho de Conclusão de Curso de alunos do curso de Cinema e Audiovisual da UFPel. Trata-se de um curta-metragem híbrido entre documentário e ficção e aborda a história de uma mãe e sua influência divina no filho. Para viabilizar a finalização do projeto, a equipe lançou na internet uma campanha de financiamento coletivo. A produção conta com a canção Mãe, de Emicida, na trilha sonora.

O filme acompanha a rotina de Roseli, tia do diretor, Vinícius Silva, e expõe suas adversidades típicas de mulheres negras das periferias brasileiras, como batalhar para garantir seu sustento e, especialmente, o da família. Há, também, momentos em que retrata não os sofrimentos, mas sim o lúdico na vida da protagonista, como a dança com o filho em meio à arrumação da casa.

Silva conta que partiu da ideia de retratar a vida real da mulher negra periférica, muitas vezes estereotipada no Cinema. “O filme foi gravado com personagens que existem no mundo ‘real’, com atores sociais e é baseado no cotidiano deles”, comenta. O diretor salienta que todas as gravações foram realizadas de modo observativo, com interferência mínima, sem nem mesmo entrevistas. Contudo, para que Deus tenha narrativa cinematográfica, a montagem está sendo feita tal qual uma ficção, ainda que carregando aspectos de um documentário, tendo em vista que os personagens são reais. “Assim o filme fica bem na linha divisória”, explica.

Representatividade
Sobre a forma com que a abordagem da realidade periférica no Cinema, sem afetações ou estereótipos, pode contribuir, por exemplo, para a diminuição da desigualdade social no Brasil, Silva aponta a importância da representatividade não só na retratação negra na telona, mas por o filme ser produzido por negros. “Uma mulher que não conheço comentou na campanha de financiamento coletivo: ‘Sou filha de mãe negra e periférica, sou mulher negra, mãe e periférica. Deus é minha mãe, deus sou eu! Obrigada por nos colocarem em foco. Sucesso!’. É isso saca? Pessoas que se inspiram e de certa forma têm o orgulho de volta por conta de um simples filme, ou uma frase”, conta.

Financiamento coletivo
A equipe colocou no ar uma campanha de financiamento coletivo cujo objetivo é pagar custos operacionais do filme, bem como remunerar Roseli e sua família. Para colaborar, acesse http://bit.ly/1TWCUsN

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