Vida
Dia de conscientização
Escola Louis Braille promoveu atividades no Dia do Deficiente Visual
Jô Folha -
Um momento de conscientizar a população contra o preconceito e a discriminação e incentivar a solidariedade: esse é o espírito do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, celebrado nesta sexta-feira (13) em todo o país. Em Pelotas não poderia ser diferente, a Escola Especial Louis Braille promoveu atividades abertas à comunidade e aos alunos. O momento foi de unir as famílias à instituição, laço importante para o desenvolvimento pedagógico, motor e emocional dos associados. Hoje, a escola possui mais de 1,5 mil frequentadores.
Oficinas de mobilidade, como o uso da bengala, e de criação de origamis foram algumas das oferecidas pelos profissionais da escola. Huibner Silva é professor de Orientação e Mobilidade na Louis Braille, e salienta: a bengala é um seguimento do corpo do cego. Na tarde de sexta-feira, familiares tiveram a oportunidade de aprender as formas de manuseio do objeto, praticando percursos com e sem o piso tátil. "Não basta ter só uma hora de aula. Precisa ter o envolvimento dos pais com os professores e os alunos", destacou o educador.
Ricardo Fanka, por exemplo, é pai da Laysa, de sete anos. Ela nasceu com deficiência visual e, desde os quatro meses frequenta os atendimentos da Escola. Durante as atividades, ele decidiu praticar o uso da bengala. "Tudo parece muito pequeno", comentou após o percurso. A importância de ações assim é grande, ressaltou o professor de Orientação e Mobilidade. Dessa forma, Ricardo pôde se colocar no lugar da filha por alguns minutos. A percepção espacial é um dos sentidos mais importantes para a mobilidade das pessoas cegas. Aos poucos, elas vão criando mapas mentais para que possam se localizar nos espaços, explicou o professor.
Atualmente, cerca de 160 crianças frequentam a escola. "É muito importante essa parceria entre a família e a escola. Aqui nós visamos a maior autonomia deles", explicou a coordenadora pedagógica, Andreia Robe. Sem esse elo entre os familiares e a entidade, as práticas e as atividades ficam reclusas somente aos momentos de aula. "Eles acabam criando uma autonomia, mas só aqui dentro, não queremos isso", completou.
Além disso, junto ao professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Roni Quevedo, educadores da rede municipal e estudantes da área da Educação receberam uma capacitação de interpretação da Tabela Snellen. A escala optométrica serve para avaliar a acuidade visual de uma pessoa, ou seja, possíveis doenças nos olhos podem ser identificadas e os alunos podem ser encaminhados aos especialistas da área.
Outras oficinas como a de braille e de soroban - instrumento para cálculo, também conhecido como ábaco - envolveram os familiares. "Os responsáveis precisam entender a vivência deles, ajuda tanto para guiar no cotidiano como no ensino", frisou Andreia.
Ao longo do ano, a Escola oferece as oficinas de braille e de soroban gratuitamente, sob a condição de pedidos de doação de brinquedos ou pilhas para a instituição. A oportunidade é aberta para os professores da rede municipal de ensino e estudante de cursos de licenciatura e Pedagogia.
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