Restos
Dois anos depois, Laranjal ainda tem vestígios de trailers
Base de muitas estruturas ainda não foi retirada; cenário deve mudar até o próximo veraneio
Jô Folha -
Caminhar na orla da praia do Laranjal proporciona, já há dois anos, uma vista e uma experiência diferentes. Desde a retirada dos trailers e quiosques fixos, em março de 2014, a paisagem mais limpa e padrão vem agradando aos moradores e turistas. No entanto, apesar do tempo, ainda se encontram vestígios das antigas estruturas que não foram totalmente retiradas, nem receberam nova finalidade. A estimativa, por parte do Executivo, é de que até o próximo veraneio a situação esteja regularizada.
Para quem reside no local, os restos de concreto espalhados pela areia incomodam, mas é um problema pequeno comparado ao que se vivia com os trailers. A aposentada Carmem Decker, que admira a lagoa da janela de casa, considera que o transtorno está praticamente resolvido. A sujeira, poluição e desorganização das unidades acomodadas no calçadão da praia são apontados pela moradora como as maiores dificuldades enfrentadas e que já estão resolvidas. “Se queremos uma praia de turismo, temos que buscar estrutura de praia de turismo. Como estava não tinha condições.” Sua vizinha, Lígia Coelho, concorda e destaca que, de fato, a base das estruturas, hoje misturadas com areia e grama, já poderia ter recebido outro destino mas não se sente incomodada com a situação.
Quem mora no Laranjal apenas de dezembro a março, como Lenir Treptow, também concorda com os habitantes da praia. “Depois da retirada ficou maravilhoso. A vista, a limpeza, tudo melhorou.” Lenir diz não se incomodar com os restos dos trailers e quiosques mas aguarda qual destino será dado a estes pela prefeitura. O assessor especial do Programa Cidade Bem Cuidada, Paulo Morales, diz que este destino será a retirada das estruturas. Apenas uma será poupada e transformada em uma meia quadra de basquete, já que vários esportes são contemplados durante o verão no local, menos este que requer maior estrutura.
Quanto a demora de dois anos para a realização de alguma intervenção, Morales explicou que esta é feita com recursos financeiros e humanos do próprio município e, devido à enchente que o Laranjal viveu, no final do ano passado, estes foram investidos na recuperação e desobstrução das ruas prejudicadas. “Ficamos de outubro a dezembro trabalhando para reestruturar a praia e nossa verba é pequena, mas já gostaríamos de ter concluído a retirada dos materiais.” A expectativa é que ainda neste ano o processo seja realizado, para que na próxima temporada se possa ver o resultado.
Relembre
Em 30 de dezembro de 2013, a cidade de Pelotas foi condenada, após determinação do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, à regularização do espaço público urbano ocupado irregularmente por trailers, quiosques e assemelhados. O descumprimento da sentença implicaria em uma multa diária de R$ 100 mil aos cofres públicos.
A proposta levantada foi de que os comerciantes não deixassem de trabalhar até a abertura dos processos licitatórios, desde que se tornassem móveis e passassem a obedecer os horários de ocupação dos espaços. Incertos quanto a possibilidade de permanência nos locais, os proprietários hesitaram, em grande parte, com relação a proposta e muitos não buscaram a regularização. Em 19 de março de 2014 foram retirados por uma força-tarefa das avenidas Antônio Augusto de Assumpção, Bento Gonçalves e Duque de Caxias.
No ano passado a prefeitura abriu licitação para cinco espaços de comercialização ao longo da orla, mas na área de estacionamento. De acordo com o superintendente da Unidade Gerenciadora de Projetos (UGP), Roberto Ramalho, uma nova licitação está sendo preparada, já que a anterior foi deserta. No momento está sendo feita uma readequação de custos e não há previsão da abertura do processo.
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