Fim de jogo no Sítio Floresta. Na estreia do Campeonato do Barbuda, a equipe sub-15 da ONG Jovens Atletas, do Getúlio Vargas, vence por 4 a 1 e a sub-13 faz 7 a 1 no mesmo adversário, o dono da casa. Meses antes, no entanto, quase tudo foi derrota, quando grande parte do material do projeto foi roubado. Com chapéu nas durezas impostas dia a dia, o time transformou a adversidade em motivação para seguir.

A iniciativa teve início em 2008 nos campinhos de grama das ruas, sob o nome de Atleta do Futuro. Em 2009, entendendo o esporte como mecanismo de educação, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Mario Meneghetti abraçou o projeto e o levou para dentro da instituição. Desde então, mais de 1.200 crianças já passaram pelo Jovem Atleta. Entre eles, o volante Silas. Cria da base do Internacional, ele hoje joga no Zorya, da Ucrânia. “O futebol tem sido importante para tirar o ócio dos meninos. Eles ficam muito expostos aos crimes nas ruas do bairro. Nos treinos aprendem sobre disciplina, higiene, comportamento, assiduidade”, comenta a diretora da escola, Alini Corrêa.

Atualmente são 90 crianças treinando de terça a sexta-feira, no período inverso ao da escola: 30 no sub-13, 30 no sub-15 e mais 30 em uma versão do projeto que funciona na Sanga Funda. “Nós aqui não formamos apenas jogadores. Formamos cidadãos. O esporte é muito importante para isso”, destaca o criador do Jovem Atleta e treinador da gurizada, Carlos Oliveira. Para seguir treinando, os meninos precisam ter boas notas e comportamento excelente - em sala de aula e também com as famílias.

No início do ano, a ONG foi aprovada por edital Proesporte, da prefeitura de Pelotas. Com o dinheiro obtido foram compradas bolas, cones e demais equipamentos a serem utilizados nos treinos. Quase tudo, porém, foi roubado recentemente - e às vésperas da estreia no Campeonato do Barbuda.

Há pouco tempo, Carlos Oliveira lançou campanha para arrecadar materiais e fundos para adquiri-los. Assim, pretende seguir dando oportunidade para meninos como John Erick, de 12 anos. Colorado e fã de D’Alessandro, ele sonha em ser jogador de futebol e o Jovem Atleta foi o início, há seis meses. “O projeto nos ajuda, nos dá a oportunidade de jogar e se divertir”, comenta.

Pedro Costa, também de 12 anos, mas torcedor do Grêmio e fã de Luan, está desde 2016 no projeto. Ponta-esquerda, ele guarda com carinho um campeonato, disputado em agosto, em Garibaldi, quando foi eleito o melhor jogador. “A iniciativa ajuda as pessoas a sair das ruas. O mais legal é estar com meus amigos”, diz.

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Informações sobre apoios podem ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (53) 984620 5724.