Enchentes
Elevação das águas na Lagoa dos Patos e do São Gonçalo deixa autoridades em alerta
Com mudança do cenário, mapa das áreas de risco sofreu alteração
Foto: Heitor Araujo - DP - "Chegamos a esse pico sem maiores consequências", avalia a prefeita Paula
Matéria atualizada às 12h40min desta quinta-feira (16).
Foi uma "noite de apreensão". A elevação súbita da Lagoa dos Patos pegou as autoridades de surpresa, e a avaliação que se faz é de que a maré alta, inesperada, fez com que as águas que descem do Guaíba e vêm da Lagoa Mirim represassem em Rio Grande e, consequentemente, em Pelotas.
A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) falou na reunião diária na Sala de Situação nesta quinta-feira (16) que poderia haver uma revisão do mapa das áreas de risco (o que se confirmou pouco tempo depois) e reforçou a necessidade de a população mais próxima aos cursos de água deixar suas casas. "Se tiver um vento desfavorável, como vai ser se vier o pior cenário?", questionou.
A avaliação, no entanto, é de que os diques de contenção se portaram bem. "Foi mais um teste para nós. Chegamos a esse pico sem maiores consequências", disse Paula.
Especialistas que acompanham a movimentação da Lagoa e as possibilidades de alagamentos alertam para a falta de dados, decorrente especialmente da estrutura longe da considerada ideal para se ter um monitoramento mais preciso sobre os cenários possíveis. Classificam o modelo como "complexo e dinâmico".
A previsão do tempo indica, mais uma vez, ventos abaixo de 10km/h entre hoje e amanhã, de oeste, sudoeste e noroeste. Há previsão de chuva fraca a moderada em Camaquã, que pode trazer mais volume de água à região.
Esse somatório de águas que chegam à região, apesar de haver a previsão de que a maré baixe no Canal da Barra em Rio Grande, faz com que hoje seja um dia de maior atenção no monitoramento da cheia.
Durante a noite de ontem, com a elevação rápida do Canal São Gonçalo, chegando aos 3 metros durante a madrugada, a situação foi de atenção das forças de segurança.
O Corpo de Bombeiros e a Brigada Militar estiveram, especialmente, nas regiões do Quadrado e da rua Mário Meneghetti, e a avaliação é de que aumentou o número de pessoas nesses locais de alto risco. Moradores e curiosos, segundo os militares.
Há registros de carros submersos no Laranjal, que teve elevação dos alagamentos, assim como a Z-3, mas nenhum relato de rompimento nos diques fortalecidos pelo município.
Elevação
Embora a expectativa fosse de que os níveis do canal São Gonçalo voltassem a subir somente no final de semana, na noite desta quarta-feira o volume chegou a 2,88m, mesmo nível da enchente histórica de 1941 e que já havia sido alcançado no último domingo. Já durante a madrugada desta quinta, o nível chegou a três metros e permanece estável ao longo da manhã.
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