Ensino

Em expansão no Brasil, pedagogia Waldorf já chegou a Pelotas

A Escola de Educação Infantil Guayí Mirim é a única da Zona Sul que utiliza o método

Foto: Divulgação - As crianças brincam em um pátio cheio de plantas e terra

Educar jovens e crianças em sua integralidade de forma humanizada. Essa é uma das ideias que resume a pedagogia Waldorf, método educativo que vem crescendo no Brasil. Segundo a Federação das Escolas Waldorf no Brasil (FEWB), já existem mais de 250 instituições desse tipo no País e mais de duas mil em todo o mundo. Na Zona Sul, uma escola em Pelotas é adepta do movimento.

A Escola de Educação Infantil Guayí Mirim é a única da região que utiliza o método. Com capacidade para 22 crianças, a escola é mantida por uma organização pelotense sem fins lucrativos, a Associação Sophia, que reúne pais, professores e profissionais que estudam o método. “Ela não tem dono. Os pais auxiliam nos cuidados com a casa e toda a parte administrativa da gestão escolar. As professoras também fazem isso e o trabalho escolar com as crianças”, resume a professora do jardim da escola, Maíra dos Santos.

O projeto da escola surgiu há dez anos, a partir de um grupo de estudos. “Eram pais e alguns educadores que queriam uma proposta diferente da tradicional para seus filhos”, relembra Maíra. Ao longo dos anos, a escola, que começou na garagem de uma ONG, foi crescendo e, hoje, ocupa um espaço na rua Benjamin Constant, 1.433. As turmas são para crianças de dois a seis anos. “As escolas Waldorf estão crescendo muito no Brasil, principalmente na educação infantil, porque é uma necessidade da sociedade. A pedagogia Waldorf trabalha neste lugar de comunidade, de uma infância mais humanizada e respeitosa”, observa Maíra.

Sobre o método

Brinquedos de madeira, nenhuma televisão e um pátio cheio de plantas e terra. Assim é o espaço físico da escola, que tenta se aproximar o máximo possível da natureza. “Temos aquarela, fazemos pão com as crianças, temos caminhadas. Também temos práticas com as famílias, como ir à feira orgânica toda semana. As crianças mexem muito com a terra”, conta a professora do maternal e diretora administrativa da Associação Sophia, Marina Silveira. O objetivo é que os alunos e suas famílias participem das decisões da escola e se integrem na comunidade em que vivem de forma saudável e respeitosa.

A pedagogia Waldorf é baseada na antroposofia, teoria desenvolvida há mais de cem anos pelo pensador austríaco Rudolf Steiner. “É uma forma de ver o ser humano de forma integral, tanto seu lado espiritual quanto físico, corpóreo, mental e emocional”, resume Marina. Na Guayí Mirim, não há alfabetização ou pré-alfabetização.

“Toda vivência que temos aqui é prática”, observa a professora. Apesar da brincadeira livre e que respeita o tempo da criança, há formação específica necessária para a pedagogia Waldorf que, no Rio Grande do Sul, é ministrada em Porto Alegre.

Para os pais

As famílias que escolheram levar seus filhos para a escola contam que o respeito ao brincar é uma das principais qualidades do método educativo. “Já tinha ideia de colocar em uma escola Waldorf, por ser uma escola que tem muito contato com a natureza, respeita o tempo da criança e não tem aquela pressa da criança crescer”, diz a mãe de um dos alunos, Glaucia Lima, 47. O pequeno Lucian, de apenas dois anos e meio, complementa a fala da mãe. “Gosto de brincar com terra”, comenta.

Já outro responsável, Guinter Leipnitz, 40, que tem dois filhos na escola, detalha o que chamou atenção no método. “É um tipo de pedagogia voltado para o desenvolvimento mais lúdico da criança. Eles são estimulados sem toda aquela preocupação. Não está focado no letramento, se respeita o tempo da criança”, observa. O DP também conversou, durante a visita à escola, com uma mãe que estava em busca de um modelo diferente de educação para a filha. “Uma das coisas que chamou muita atenção é a função do pátio, da árvore, das crianças estarem sempre sujas de lama, que eu acho que é o ‘brincar’ que a gente não tem”, destaca Taise Dias, 38.

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