Com ampla vantagem sobre os adversários, Maduro foi eleito para mais seis anos de mandato (Foto: Divulgação)

O presidente Nicolás Maduro foi reeleito neste domingo (21) e continuará por mais seis anos à frente do governo da Venezuela. Ele obteve 67,7% dos votos (5,8 milhões de pessoas) contra 21,2% (1,8 milhão de votos) do oposicionista Henri Falcón, o que lhe garantiu a vitória com a maior superioridade já registrada em um processo eleitoral no país.

Apesar da grande vantagem conquistada pelo atual mandatário, a eleição venezuelana ficou marcada pela baixa participação da população. Apenas 46% da população apta a votar compareceu às urnas. Na eleição anterior, a presença foi de 80%.

A votação deste domingo provocou fortes reações internacionais. Os Estados Unidos, que já vinha impondo sanções econômicas à Venezuela nos últimos meses, declarou através de integrantes do Departamento de Estado que não reconhece a eleição, acusando o governo de corrupção e violação de direitos humanos. Argentina, Chile e União Europeia também se manifestaram pelo não reconhecimento do resultado.

Internamente, candidatos de oposição apontaram o que consideram uma série de irregularidades e abusos na condução do processo eleitoral. A principal delas diz respeito aos Pontos Vermelhos, locais onde integrantes do partido governista monitoravam a participação da população.

Conforme Henri Falcón, segundo colocado na apuração oficial, mas apontado como o preferido em algumas pesquisas feitas às vésperas da eleição, a população era coagida. Ao se dirigir às cabines de votação, os cidadãos levavam o Carnê da Pátria - documento que garante acesso a programas sociais - e o apresentavam aos funcionários nestas tendas. A oposição diz que após votarem, os eleitores tinham seus cartões escaneados e informavam em quem tinham votado, ficando aptos ou não a receber um benefício extra.