Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Com duas semanas de pesca liberada, a Colônia Z-3 segue com boas expectativas para a safra do camarão deste ano. No entanto, a situação é diferente em relação ao canal da Divinéia. O principal acesso dos pescadores à comunidade continua inviável para as embarcações maiores, situação que prejudica a atividade e preocupa os trabalhadores durante o principal período para os trabalhadores.

O problema, causado pelo acúmulo de areia e lixo no canal, não é novidade para a comunidade e nem para as autoridades. Uma emenda parlamentar de R$ 80 mil do deputado estadual Marcus Vinícius (PP) foi repassada ainda em 2021 para a realização de dragagem no local. Antes do início da safra do camarão, a Prefeitura também havia anunciado operação de limpeza, retirada de resíduos e aprofundamento do atracadouro. No entanto, nada foi feito até o momento.

O presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z-3, Nilmar Conceição, demonstra a preocupação da comunidade com o problema. "A gente entende a burocracia, mas tem que ter uma solução. Em plena safra não dá para os pescadores não conseguirem entrar para descarregar a produção", avalia.

Além de facilitar o descarregamento de pescado, uma das principais funções do ancoradouro é proteger as embarcações. Sem conseguir entrar, os barcos ficam desprotegidos na lagoa. "A preocupação maior é com a segurança. Se as embarcações estiverem lá fora, como estão agora, e tiver um vento sul, como aconteceu esses dias, as embarcações sofrem com avarias", explica Conceição.

Prejuízo aos pescadores

Entre os pescadores, o clima é de preocupação e indignação com a longa espera por solução. Estragos em embarcações e perdas de pescado são algumas das consequências do problema. Os trabalhadores contam que chegam a ficar horas tentando entrar no ancoradouro. Um deles relatou à reportagem que, ao tentar passar pelo canal, quebrou uma hélice do barco, prejuízo estimado em R$ 5 mil.

Indisponibilidade de equipamento

O diretor da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Romualdo Cunha Júnior, explica que a operação de desassoreamento do local, prevista pela Prefeitura em janeiro, ainda não foi realizada por conta da indisponibilidade de maquinário adequado. Segundo ele, a escavadeira hidráulica do Município é pequena demais para realizar o serviço e as de grande porte, disponíveis no mercado para aluguel, estão sendo utilizadas no combate à estiagem na região. "Nós já temos a licença para fazer o serviço, temos o recurso próprio da Prefeitura, mas todas as máquinas da região estão locadas." A situação, segundo Cunha Júnior, impossibilita uma previsão de quando a limpeza será feita.

O diretor explica ainda que a operação prevista já é uma medida emergencial enquanto a dragagem não é realizada. O processo, que recebeu a emenda parlamentar, é um serviço com efeitos mais permanentes, mas muito mais complexo e oneroso. Por fim, Júnior garantiu que a Prefeitura entende a gravidade da situação. "Estamos em constante contato com as empresas que têm essa máquina. Esse é um pedido da prefeita e da comunidade. Com certeza uma das prioridades da SDR é o canal da Divinéia", finaliza.

Safra de camarão

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Nas primeiras duas semanas de pesca de camarão na lagoa, o presidente do Sindicato dos Pescadores da Z-3 avalia que a safra está dentro da normalidade. "Observamos que o camarão ainda está em fase de crescimento, tudo dentro do normal da natureza. Ainda estamos bem no início, mas a safra é promissora. Vamos ter um parâmetro melhor no fim do mês", comenta. Conceição afirma que não há estimativa do quanto foi pescado até o momento.

Para Matheus Bast, que trabalha em uma peixaria da Colônia Z-3, os próximos 15 dias já devem trazer mudanças no tamanho do crustáceo. "[A safra] não está ruim, mas dá para melhorar. Ainda tem pouco camarão graúdo, mas nos próximos dias esperamos que apareça mais", projeta.