Trânsito

Em sete meses em 2015, Pelotas registrou 3,7 acidentes por dia

Na cidade eles acontecem com maior frequência no período da tarde

Carlos Queiroz -

Carlos Queiroz 81534

O cruzamento das ruas Padre Anchieta e Antônio dos Anjos é dos mais perigosos (Foto: Carlos Queiroz-DP)

São 193.419 veículos em circulação na cidade, onde vivem 345 mil cidadãos. Entre semáforos, faixas de segurança e placas de sinalização, em 2015 foram registrados 787 acidentes de trânsito no período de sete meses - 3,7 por dia. O levantamento é da Secretaria de Transportes e Trânsito. Ele mostra que no mesmo período, há dois anos, o número de acidentes chegou a 1.311. Apesar da diminuição, alguns dados chamam a atenção e se mantêm. Os horários de maior incidência, por exemplo, permanecem os mesmos em 2013 e 2015. Na cidade eles acontecem com maior frequência no período da tarde.

Nos dois períodos do levantamento, a concentração de acidentes de trânsito é maior nos conhecidos horários de pique, manhã e tarde. O diretor executivo da Secretaria de Transportes e Trânsito, Flávio Alam, destaca que além desses horários, também é recorrente a repetição no mesmo ponto. Ele exemplifica três cruzamentos: Barão de Santa Tecla e Voluntários da Pátria, Padre Anchieta e Antônio dos Anjos e Almirante Barroso e Gomes Carneiro.

Em relação aos dados, ressalta a diminuição de acidentes ano passado, com expectativa de nova redução no balanço de 2016. “Zerar acidentes nós não vamos conseguir, porque há muita imprudência no trânsito”, lamenta. “Nos horários de pique as pessoas ficam muito nervosas no trânsito. Fazem coisas que nem são da personalidade delas”, avalia.

Alam ainda antecipa que o semáforo não é a solução para acidentes. Para a maioria da população que entra em contato com a pasta, porém, o ideal é a colocação do equipamento nos cruzamentos de vias em que houve colisão. Ele salienta que a implementação deve ser cuidadosa; com planejamento. “Sinaleira só é recomendada para locais de movimento diariamente intenso, não de fluxo sazonal. Além disso, o sinal modifica a logística das ruas”, explica.

Carlos Queiroz 81537

Almada e Alam analisam os números do trânsito de Pelotas (Foto: Carlos Queiroz - DP)

Conforme justifica, os acidentes em Pelotas acontecem, em grande parte das situações, por imprudência de motoristas ou pedestres e não por problemas envolvendo a sinalização urbana. E dispara: o desencontro de sinaleiras não causaria tantos danos. Ele assegura desconhecer casos de semáforos de cruzamentos que estivessem verdes simultaneamente - relato comum de ouvir de motoristas após colisões, atenta o chefe dos Agentes de Trânsito, Sérgio Almada. “A gente ouve a versão de cada envolvido e para quase todos o sinal estava sempre verde”, conta.

Mapa da Violência
O Mapa da Violência de 2014, divulgado pelo governo federal, revelou um aumento de 40% do número de mortos em acidentes de trânsito em todo o Brasil. Nas duas maiores cidades do Sul do Estado, os percentuais registrados pelo Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran) apontaram um crescimento de 22% do número de mortes no trânsito de Pelotas e 100% em Rio Grande. Os dados são referentes a 2013. Segundo as estatísticas do Detran, ruas e avenidas são mais perigosas do que estradas estaduais e federais - o número de mortes dentro das cidades é 33% maior que nas rodovias que cortam os dois municípios.

Índices no Estado
Já em 2015, alívio. Ainda de acordo com o Detran, o Estado encerrou o último ano com menos mortes no trânsito. O destaque é a redução de acidentes com mortes, em 17,4%; e dos óbitos, em 15,2%. Até novembro de 2015, 1.379 acidentes resultaram em 1.565 mortes. Em 2014, em mesmo período, foram contabilizados 1.669 acidentes com mortes e 1.845 óbitos. Com relação aos dias da semana, o percentual de acidentes aumenta progressivamente de segunda a sexta-feira - alcançando volumes maiores aos sábados e domingos.

Carlos Queiroz 81536

Barroso/Gomes Carneiro é uma das esquinas mais perigosas (Foto: Carlos Queiroz - DP)

Quando são analisados os turnos das ocorrências é percebida maior concentração à noite no Estado (36% dos acidentes) - semelhante aos dados de Pelotas. Pelo menos 40% dos acidentes com mortes no Rio Grande do Sul, entre os meses de janeiro e junho de 2015, foram colisões (53%). Condutores de veículos e motociclistas representaram mais da metade das vítimas dos acidentes nos primeiros seis meses do ano, seguidos dos pedestres (20%), passageiros (19%) e ciclistas (5%).

Homens e carros
Os dados da situação em todo o Rio Grande do Sul alertam para o alto índice de vítimas entre os homens: 379, o que representa 80% do total de mortos.

Diferentemente do que se pode pensar, não são as motos que lideram o ranking entre os veículos com maior envolvimento em acidentes graves. O Detran aponta os carros como 44% da frota acidentada, contra 24% de motocicletas.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Frio intenso chega à Zona Sul Anterior

Frio intenso chega à Zona Sul

Próximo

Abdeslam, suspeito dos ataques em Paris, é transferido para a França

Deixe seu comentário